Pesquisa de Campo com Ênfase em Epidemiologia das Doenças Crônicas

1. Periodicidade
Oferta ENSP - Regular - Anual
Previsão de divulgação do edital e processo seletivo: 2º semestre de 2017
Previsão de Início do Curso: Março/2018

2. Objetivo Geral
Capacitar profissionais de diferentes áreas de atuação a desenvolverem etapas diversas de uma pesquisa epidemiológica ? envolvendo os preceitos da qualidade na coleta de dados na área da saúde com ênfase em doenças crônicas em seres humanos.
Proporcionar ao aluno de pós-graduação acesso a um conjunto de atividades/ações que articulem os conhecimentos referentes à pesquisa, à assistência, à extensão e ao ensino de epidemiologia aplicada às doenças crônicas não transmissíveis, qualificando-o como profissional crítico e inserido no debate sobre o desenvolvimento teórico-científico.
Formar profissionais com domínio científico e técnico em todas as etapas envolvidas na condução de pesquisas de campo na área de epidemiologia das doenças crônicas para atuar nos Centros de Pesquisa, em Organizações Representativas de Pesquisa e em outras instituições que realizem pesquisas de natureza epidemiológica.
Capacitar profissionais para a aturarem na promoção de novas pesquisas epidemiológicas que possam colaborar para a conformação de políticas públicas de saúde voltadas para a melhoria da saúde da população e reestruturação do SUS.

3. Objetivo Específico
- Especialista em pesquisa de campo na área de epidemiologia das doenças crônicas não transmissíveis, com desempenho de excelência nas áreas da pesquisa epidemiológica, com aquisição de conceitos epidemiológicos teórico e práticos, com competência de atuação na coleta e análise de dados, controle de qualidade e aferição de medidas por meio de exames sem fins diagnósticos, para pesquisa em saúde e entrevistas. O Curso visa à formação de especialistas que desenvolvam competências básicas relacionadas à:
- Atuação em Pesquisas de campo na área de epidemiologia das doenças crônicas, aprendendo conceitos e aplicando-os em situações concretas;
- Gerenciar estudos epidemiológicos com ênfase em agravos crônicas em diferentes fases de desenvolvimento;
- Conhecer as legislações pertinentes à condução de Estudos Epidemiológicos, bem como sua importância para a conformação e planejamento das políticas públicas relacionadas ao SUS (epidemiologia translacional);
- Atuar na estruturação, gerenciamento e coordenação de Centros de Pesquisa de Epidemiologia em Agravos Crônicos.

4. Justificativa
As doenças crônicas já estão na agenda de prioridades da maioria dos países em desenvolvimento. Além de continuarem a sofrer a carga das doenças infecciosas e carenciais, estão enfrentando aumento substancial das doenças crônicas e do ônus associado às mesmas. Na maioria dos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, elas lideram as causas de mortalidade e de morbidade por sua longa duração e consequências para a qualidade de vida da população e para os serviços de saúde. A realização de pesquisas epidemiológicas com delineamento longitudinal, que permitem entender mais claramente a dinâmica da ocorrência, a evolução e os fatores de risco associados a ocorrência das doenças crônicas não-transmissíveis, é cada vez mais frequente em nosso país. No entanto, a disponibilidade de recursos humanos preparados com a formação em pesquisa de campo ainda é escassa. Este curso tem como diferencial o oferecimento de conhecimentos amplos em Pesquisa Epidemiológica de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, preparando seu egresso para atuar em diversos segmentos da Pesquisa em Saúde. Até onde se pode pesquisar, não há, até o momento no País, cursos de especialização voltados para a capacitação de profissionais graduados para o trabalho de campo de uma pesquisa epidemiológica. Esta especialização qualificará este profissional, por meio da aquisição de conhecimentos básicos sobre estudos epidemiológicos - de forma teórica e prática -, proporcionando-lhe treinamento em diferentes etapas da pesquisa, formando-o para colaborar com o planejamento, desenho e implantação de estudos epidemiológicos, em especial, estudos de coorte, uma vez que a estratégia de investigação compreende técnicas que abrangem inúmeras etapas, desde a lógica do seu planejamento, passando pelas técnicas de coleta de dados e abordagens específicas até a análise dos mesmos. Adicionalmente, habilidades interpessoais requeridas em diversos setores profissionais, como capacidade de trabalhar em equipe, criatividade, pro-atividade, postura profissional, reconhecimento de hierarquia também serão trabalhadas neste curso. Além disso, será oportunizado o contato dos alunos com diversos temas de investigação atuais nos determinantes e consequências das doenças crônicas.
Trata-se de um curso com base teórico-metodológica e prática. Neste contexto, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), estudo de coorte multicêntrico e multidisciplinar com a participação de cerca de 15 mil funcionários públicos de seis instituições de pesquisa e ensino superior, representa cenário de prática e reflexão que oferece ampla gama de experiências que enriquecem o processo ensino-aprendizagem; bem como conhecimentos relativos à pesquisa epidemiológica, à assistência e ao ensino na área de epidemiologia. Tal experiência contribui para a formação do aluno de pós-graduação, qualificando-o como profissional crítico e inserido no debate sobre o desenvolvimento teórico-científico. Tal conceito unificador de qualidade da educação refere-se às políticas de integração entre ensino, pesquisa e extensão que proporcionam ao aluno os benefícios da educação, considerando os ganhos do processo educativo em toda sua complexidade.
Neste sentido, a diversidade de experiências de pesquisa de campo em epidemiologia das doenças crônicas configura rico processo Ensino-Aprendizagem e colabora para estimular a emergência de estudos epidemiológicos de caráter mais sólido e abrangente, tão necessários a consolidação de um sistema de saúde como o nosso SUS (Sistema Único de Saúde), que poderão resultar do caráter multiplicativo dos conhecimentos adquiridos pelos especialistas egressos desta especialização.

5. Concepção Pedagógica
O programa terá um ano de duração, em tempo integral, com atividades teóricas (20%) e atividades teórico-práticas de formação em serviço (80%). A formação em serviço feita sob orientação de supervisores e será desenvolvida no projeto ELSA. As atividades teóricas e teórico-práticas serão também acompanhadas por docentes e pesquisadores. Essas atividades são estruturadas de forma a possibilitar o contato com todas as etapas de uma pesquisa epidemiológica promovendo assim, uma relação entre processo de formação e o processo de trabalho.
A concepção pedagógica adotada está baseada na articulação estreita entre a parte teórica e a parte prática fazendo com que os profissionais participem ativamente no processo ensino aprendizagem constituindo a estrutura de acompanhamento e supervisão em serviço.
Com está metodologia buscamos que o conhecimento não seja apenas o que é transmitido pelo professor, mas construído a partir da vivencia no trabalho de campo de uma pesquisa epidemiológica. Estimulando que se tenha uma reflexão crítica na aplicação dos conceitos apreendidos.

6. Sistema de Avaliação
Durante todos os módulos haverão certificações para garantir o aprendizado e provas especificas. Caso haja necessidade os alunos passarão por novo treinamento.
O aluno deverá obter média final 6,0 para aprovação no curso e obtenção do certificado;
Caso o aluno venha desligar-se do curso por vontade própria ou desligado por advertência, ou seja, reprovado por nota (inferior a sete) ou por faltas, não receberá o certificado de conclusão ou declaração de participação. É obrigatória a frequência mínima de 75% nas aulas teóricas e nas aulas práticas.