Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana

1. Periodicidade
Oferta ENSP - Regular - Anual

2. Objetivo Geral
Oferecer capacitação para o planejamento, a organização e a avaliação das ações na Área de Saúde do Trabalhador na perspectiva de integrar teoria e prática por meio da reflexão, discussão e investigação dos problemas que envolvem a relação Saúde/Trabalho/Ambiente.

3. Objetivo Específico
- Introduzir, a partir do referencial das Ciências Sociais, elementos teóricos para a compreensão das implicações entre as relações de produção, processo e organização do trabalho e a saúde dos trabalhadores;
- Capacitar para a gestão da política local, fornecendo informações que favoreçam a uma maior integração setorial e institucional, tendo como atores privilegiados os serviços, a academia e as organizações de trabalhadores;
- Fornecer instrumentos para a análise e intervenção nos ambientes de trabalho, bem como os indicadores para o diagnóstico das principais doenças relacionadas ao trabalho;
- Apresentar temas estratégicos que conformam a saúde do trabalhador a partir de instrumental teórico-metodológico e prático para desenvolvimento da capacidade de compreensão e vigilância no campo das relações entre saúde, trabalho e ambiente.

4. Justificativa
O Curso de Especialização em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana é de responsabilidade do CESTEH, departamento da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) que constitui uma das unidades técnico-científicas da Fiocruz. Uma das políticas institucionais do CESTEH, desde sua fundação, em 1985, é a formação de profissionais, das diversas áreas de conhecimento para atuarem, fundamentalmente, nos serviços de Saúde Pública (SUS), CERESTs, movimentos sociais, controle social e outros de interesse do campo da Saúde, Trabalho e Ambiente, com vistas à implementação e fortalecimento da Rede Nacional da Atenção Integral à Saúde dos Trabalhadores-RENAST.
As exigências da formação em saúde do trabalhador, que é de significativa complexidade em sua natureza profissional e setorial, estão pautadas numa proposta abrangente, crítica e flexível, composta por equipe inter e multi profissional. É necessária a formulação de uma política de formação, já expressa na VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986 e consolidada como política pública. Para tanto, o CESTEH vem concentrando esforços para a consolidação de uma política de formação na área de Saúde, Trabalho e Ambiente, possibilitando que a RENAST assuma papel ativo na implantação e condução dos programas direcionados à promoção da saúde dos trabalhadores. A história da consolidação da Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador é concomitante à história do CESTEH que exerce desde sua fundação, em 1985, um papel de liderança e referência nacional no campo de formação em Saúde do Trabalhador. A crescente demanda ano a ano justifica e reforça a sustentação desse curso.
O primeiro curso aconteceu em 1986, tendo formado nesse ano, sua primeira turma de profissionais da área da saúde. Atualmente está na sua trigésima quarta(34ª) turma. Foram formados mais de 700 profissionais no decorrer destes anos, na modalidade presencial.

5. Concepção Pedagógica
O modelo pedagógico adotado baseia-se na interpretação crítica e reflexiva da sociedade, sustentada no estímulo à construção do conhecimento a partir da problematização da realidade e do debate coletivo; através do diálogo sobre a contradição entre o paradigma dominante - centrado na doença e no indivíduo - e o paradigma da construção social da saúde, o curso incorpora uma visão dinâmica e integrada sobre a relação saúde-trabalho.
Adota-se portanto os seguintes princípios:
- Participação dos atores da prática no processo formativo - envolvimento dos trabalhadores e movimentos sociais no planejamento, desenvolvimento e avaliação dos processos formativos; reconhecimento e valorização do trabalhador-aluno como protagonista de seu processo de formação; reconhecimento e valorização dos saberes do trabalhador-aluno com vistas à reorganização dos seus processos de trabalho;
- O trabalho como matéria e motivo para a formação humana - organização das práticas educativas conforme necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e do controle social em saúde; reconhecimento do saber local como matéria para formação em saúde do trabalhador e suas interfaces com os marcos teóricos conceituais do campo; reflexão sobre os processos de trabalho numa perspectiva necessária de mudança e transformação das práticas profissionais e da organização do trabalho; identificação das necessidades da formação do aluno de maneira que a proposta de formação sirva de meio e finalidade para reflexão e ação na prática do profissional de saúde;
- Integralidade, interdisciplinaridade e transversalidade na formação - movimento de integração de saberes, sem a pretensão de unificá-los, na perspectiva de compreender a relação trabalho, saúde, ambiente, sob os mais diversos ângulos. A integralidade responde pela incorporação, no currículo, dos saberes produzidos pela academia, pelos trabalhadores e pelos movimentos sociais, de modo que estejam a serviço da formação dos profissionais de saúde; além disso, significa também articulação entre ensino, pesquisa e serviço no projeto do formação, visando atuar sobre o objeto saúde do trabalhador de diferentes perspectivas; A interdisciplinaridade se realiza pela prática de parceria, reciprocidade, complementariedade, troca e diálogo, no intuito de impulsionar a construção do conhecimento sobre a realidade, em seus diversos matizes, de maneira a permitir que a pluralidade de sentidos respondam concretamente por ações capazes de transformar a realidade, quando apresentada de maneira adversa; A transversalidade enquanto princípio teórico responde pela exigência de articulação entre os conhecimentos acadêmicos e a realidade vivenciada pelos alunos; enquanto método, refere-se àqueles temas/conteúdos que não pertencem a uma área específica, pelo contrário, são comuns a todas elas e, portanto, realizável em todas as partes do currículo.

A partir de uma organização dinâmica do conhecimento e do currículo, pretende-se uma estreita relação entre teoria e prática, estimuladas através de atividades em grupos, seminários de estudo e de pesquisa, exposições dialogadas, estudo de casos direcionados ao planejamento e soluções de problemas, visitas técnicas, utilização de tecnologia audiovisual como recurso para a dinamização do processo ensino-aprendizagem e demais métodos objetivando a integração temática, e trabalho de conclusão de curso, organizado na forma de seminários de pesquisa e orientação por professores do curso.

6. Sistema de Avaliação
- Da aprendizagem: trabalhos individuais e ou em grupo (seminários/fichamentos/resenhas/relatórios/trabalho de campo) ao final de cada Módulo, como forma de qualificar a apreensão sobre os conteúdos apresentados; elaboração e apresentação de trabalho de conclusão do curso de caráter monográfico. O aluno estará aprovado em cada módulo e na monografia/TCC quando obtiver os conceitos A, B ou C.

- Do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): Os TCCs podem envolver, de acordo com a orientação do professor responsável, dentre outras, as seguintes modalidades: revisão da literatura específica, projetos de intervenção, pesquisa estruturada em fontes secundárias públicas e projetos de elaboração de material didático-pedagógico. Os artigos poderão versar sobre revisão da literatura específica ou pesquisa estruturada em fontes secundárias públicas. Qualquer uma das modalidades deverá considerar sempre a carga horária disponível e a viabilidade da pesquisa. No formato monográfico deve ter no mínimo 50 e no máximo 80 páginas; para o formato artigo, utiliza-se o padrão "Artigo Original/Tema Livre dos Cadernos de Saúde Pública. Em ambos, espera-se obter um trabalho com um objeto de estudo bem delimitado e devidamente aprofundado, com a incorporação dos conteúdos abordados no curso. O TCC é individual: Seu objeto de estudo deverá estar em concordância com o contexto social e histórico de modo a atender as demandas da academia e dos serviços de saúde para o SUS. A avaliação do TCC será realizada em sessão pública por banca composta pelo professor-orientador e dois professores-avaliadores convidados.

- Do curso: os alunos avaliam o curso como um todo (metodologia, conteúdo, dinâmica, dentre outros) por meio de instrumentos de avaliação aplicados ao final de cada módulo, buscando o acompanhamento contínuo da formação de modo a aproximar cada vez mais o conteúdo da grade curricular com a realidade demandada pelos serviços de saúde e da sociedade. São realizadas, também, junto aos alunos, avaliações coletivas (orais) e individuais (por escrito) ao final de todas as Unidades de Aprendizagem e ao final do curso. São realizadas oficinas de trabalho e reuniões de avaliação no colegiado do Curso, composto pela coordenação geral e pelos coordenadores e professores dos Módulos e das Unidades de Aprendizagem e, ainda no Colegiado Ampliado de Ensino e Pesquisa. Busca-se assim, um processo contínuo e participativo de avaliação do modelo pedagógico do curso, de modo a contribuir com seu aprimoramento e atendimento às demandas da área Saúde, Trabalho e Ambiente.

1. Objetivo geral
Oferecer capacitação para o planejamento, a organização e a avaliação das ações na Área de Saúde do Trabalhador, na perspectiva de integrar teoria e prática, por meio da reflexão, discussão e investigação dos problemas que envolvem a relação Saúde/Trabalho/Ambiente.

2. Objetivos específicos
Introduzir, a partir do referencial das Ciências Sociais, da Epidemiologia e da Toxicologia aplicadas à Saúde do Trabalhador, elementos teóricos para a compreensão das implicações entre as relações de produção, ambiente, processo e organização do trabalho e a saúde dos trabalhadores;

Capacitar para a gestão da política local, fornecendo informações que favoreçam a uma maior integração setorial e institucional, tendo como atores privilegiados os serviços, a academia e as organizações de trabalhadores e trabalhadoras;

Fornecer instrumentos para a análise e intervenção nos ambientes de trabalho, bem como os indicadores para o diagnóstico das principais doenças relacionadas ao trabalho;

Apresentar temas estratégicos que conformam a saúde do trabalhador, a partir de instrumental teórico-metodológico e prático para desenvolvimento da capacidade de compreensão e vigilância no campo das relações entre saúde, trabalho e ambiente.

3. Perfil do candidato
O curso se destina a profissionais diplomados em cursos de graduação que, preferencialmente, atuem: na área da saúde do trabalhador; no Sistema Único de Saúde (SUS); nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, incluindo Programas de Saúde do Trabalhador (PST); nas vigilâncias em saúde; nas instâncias de controle social (Conselhos de Saúde) e Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador (CIST); nos sindicatos ou organizações sociais representativas de trabalhadores; em grupos de pesquisas relacionados à saúde, trabalho e ambiente.

4. Descrição do Curso
O Curso de Especialização em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana é de responsabilidade do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), departamento da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) que constitui uma das unidades técnico-científicas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Uma das políticas institucionais do Cesteh, desde sua fundação, em 1985, é a formação de profissionais, das diversas áreas de conhecimento para atuarem, fundamentalmente, nos serviços de Saúde Pública (SUS), centros de referência em saúde do trabalhador (Cerest), com vistas à implementação e fortalecimento da Rede Nacional da Atenção Integral à Saúde dos Trabalhadores (Renast) e movimentos sociais, controle social e outros de interesse do campo da Saúde, Trabalho e Ambiente. As exigências da formação em saúde do trabalhador, que é de significativa complexidade em sua natureza profissional e setorial, estão pautadas numa proposta abrangente, crítica, dinâmica e estratégica, composta por equipe inter e multiprofissional. É necessária a formulação de uma política de formação, já expressa desde a VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, e consolidada como política pública. Para tanto, o Cesteh vem concentrando esforços na consolidação de uma política de formação na área de Saúde, Trabalho e Ambiente, possibilitando que a Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast) assuma papel ativo na implantação e condução dos programas direcionados à promoção da saúde de trabalhadores e trabalhadoras. A história da consolidação da Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador é concomitante à história do Cesteh que exerce, desde sua fundação, em 1985, um papel de liderança e referência nacional no campo de formação em Saúde do Trabalhador. A crescente demanda, ano a ano, justifica e reforça a sustentação desse curso. O primeiro curso aconteceu em 1986, tendo formado nesse ano, sua primeira turma de profissionais da área da saúde. Atualmente está na sua trigésima primeira (32ª) turma. Foram formados mais de 700 profissionais no decorrer destes anos, na modalidade presencial. No ano de 2020/2021, devido à emergência da pandemia de Covid-1, foi necessária sua adequação à modalidade virtual, no sentido de atender às exigências sanitárias. O modelo pedagógico adotado baseia-se na interpretação crítica e reflexiva da sociedade, sustentada no estímulo à construção do conhecimento, a partir da problematização da realidade e do debate coletivo; através do diálogo sobre a contradição entre o paradigma dominante - centrado na doença e no indivíduo - e o paradigma da construção social da saúde, o curso incorpora uma visão dinâmica e integrada sobre a relação saúde-trabalho-ambiente. Adota-se, portanto, os seguintes princípios: Participação dos atores da prática no processo formativo - envolvimento dos trabalhadores e movimentos sociais no planejamento, desenvolvimento e avaliação dos processos formativos; reconhecimento e valorização do trabalhador-aluno como protagonista de seu processo de formação; reconhecimento e valorização dos saberes do trabalhador-aluno com vistas à reorganização dos seus processos de trabalho; O trabalho como matéria e motivo para a formação humana - organização das práticas educativas, conforme necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e do controle social em saúde; reconhecimento do saber local como matéria para formação em saúde do trabalhador e suas interfaces com os marcos teóricos conceituais do campo; reflexão sobre os processos de trabalho, numa perspectiva de mudança e transformação das práticas profissionais e da organização do trabalho; identificação das necessidades da formação de alunas e alunos, de maneira que a proposta de formação sirva de meio e finalidade para reflexão e ação na prática profissional. Integralidade, interdisciplinaridade e transversalidade na formação - movimento de integração de saberes, sem a pretensão de unificá-los, na perspectiva de compreender a relação trabalho, saúde, ambiente, sob os mais diversos ângulos. A integralidade responde pela incorporação, no currículo, dos saberes produzidos pela academia, pelos trabalhadores e pelos movimentos sociais, de modo que estejam a serviço da formação dos profissionais de saúde; além disso, significa também articulação entre ensino, pesquisa e serviço no projeto de formação, visando atuar sobre o objeto saúde do trabalhador de diferentes perspectivas; A interdisciplinaridade se realiza pela prática de parceria, reciprocidade, complementariedade, troca e diálogo, no intuito de impulsionar a construção do conhecimento sobre a realidade, em seus diversos matizes, de maneira a permitir que, na pluralidade de sentidos, respondam concretamente por ações capazes de transformar a realidade, quando apresentada de maneira adversa; A transversalidade, enquanto princípio teórico, responde pela exigência de articulação entre os conhecimentos acadêmicos e a realidade vivenciada pelos alunos; enquanto método, refere-se àqueles temas/conteúdos que não pertencem a uma área específica, pelo contrário, são comuns a todas elas e, portanto, realizável em todas as partes do currículo. A partir de uma organização dinâmica do conhecimento e do currículo, pretende-se uma estreita relação entre teoria e prática, estimuladas através de atividades síncronas e assíncronas, seminários de estudo e de pesquisa, exposições dialogadas, estudo de casos direcionados ao planejamento e soluções de problemas, oficinas visitas técnicas, utilização de tecnologia audiovisual como recurso para a dinamização do processo ensino-aprendizagem e demais métodos objetivando a integração temática. A elaboração do Trabalho de conclusão de curso (TCC) é organizada na forma de seminários de pesquisa e orientação por professores e professoras do curso.

5. Regime e Duração
O curso tem carga horária total de 420 (quatrocentas e vinte) horas, distribuídas da seguinte forma: 360 (trezentas e sessenta) horas para participação nas Unidades de Aprendizagem e 60 (sessenta) horas para elaboração e defesas do TCC, após o encerramento das Unidades de Aprendizagem.

6. Número de vagas
O número máximo de vagas disponíveis para este Edital é de 20 (vinte) vagas. O curso possui 30% de vagas reservadas para Ações Afirmativas (Cotas) e 70% para Ampla Concorrência (AC)

7. Inscrição
De 03 a 24/07/2023

8. Informações
A comunicação se dará, exclusivamente, por e-mail pseletivo.ensp@fiocruz.br ou pelo telefone (21) 2598-2318/2950