PROFESSORES

EMENTA

A área de Políticas, Planejamento, Gestão e Cuidados em Saúde, complexa e interdisciplinar, é atravessada por diversas racionalidades, desde a finalística ou instrumental, a estratégica e a comunicativa. O objetivo de Paradigmas da Linguagem é apresentar e discutir as principais contribuições de teóricos da linguagem, especialmente o referencial de Habermas, que têm sido apropriados crescentemente na área da Saúde Coletiva. A questão central que motiva a oferta desta disciplina é a reflexão sobre o referencial habermasiano e seu potencial explicativo para dar conta dos problemas teóricos e práticos que desafiam a formulação de políticas, o planejamento e a gestão em saúde, desde a análise das experiências de participação social em saúde, da representação política dos atores sociais que participam de espaços públicos ou de temas como humanização, liderança e negociação pactuada. Assim, abordam-se as temáticas: A organização como uma rede de conversações; Interdisciplinaridade, Agir Comunicativo e Planejamento; Política, gestão e participação em Saúde; A Escuta (e a indagação) como componentes da fala e da negociação; Liderança, Confiança e ações da linguagem; Agir Comunicativo, Integralidade e Promoção em Saúde; Humanização e Cultura da Comunicação; Agir Comunicativo e Clínica do Sujeito; Cultura e Gestão Estratégica; Teoria da Argumentação e Saúde Pública: aplicações.

Categoria: Eletiva.

Pré-requisito: Não há.

Informações sobre as aulas: Serão formato remoto, pelo aplicativo Zoom.

Candidatos externos: Alunos dos Programas de Strictu Sensu da ENSP, Alunos de outros Programas de Strictu Sensu da FIOCRUZ, Alunos de outros Programas de Strictu Sensu, alunos de outros programas nacionais e internacionais. Outros casos mediante análise, pela oordenação do curso, de currículo e carta de intenções do candidato.

Vagas: Mínimo 05 e máximo 30.

A disciplina ofertará 02 vagas para Estágio em Docência e os pré-requisitos é ter cursado a disciplina de Prática docente.

BIBLIOGRAFIA

Artmann, E. Interdisciplinaridade no enfoque intersubjetivo habermasiano: reflexões sobre planejamento e AIDS. Ciência & Saúde Coletiva, v.6, n.1, Abrasco, Rio de Janeiro, 2001.

Artmann, E & Rivera, F.J.U. Humanização no Atendimento em Saúde e Gestão Comunicativa. In. Deslandes, S.F. (org.) Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas, RJ: Editora Fiocruz, 2006.

Avritzer L. Teoria Crítica, Democracia e Esfera Pública: concepções e usos na América Latina. Dados?Rev Ciênc Sociais 2004; 47:703-728. Campos, G.W.de Souza. Saúde. Paidéia. Hucitec Ed, SP, 2003, p. 51-82

Echeverria, R. Ontologia del lenguaje. Dólmen Ed., Santiago, 1997 (cap.03) Echeverria, R. Actos de Lenguaje. Volumen I: La Escucha. J C Saez Ed., Santiago-Chile, 2007 (capítulo II) Fisher, S. & Todd, A.D. (editores). (1993). The Social Organization of Doctor-Patient Communication. New Jersey: Ablex Publishing Corporation. Fleury, M.T.L. O Desvendar a Cultura de uma Organização- Uma Discussão Metodológica in Fleury, M. T. L & Fischer, R. M. Cultura e Poder nas Organizações. Ed. Atlas, SP, 1996.

Flores, F. Inventando la Empresa del siglo XXI.Ed.Hachette /Comunicación. Santiago. 1989 (cap.2)

Habermas, J. Teoria do Agir Comunicativo. Trad. de Flávio Siebeneichler. São Paulo: Martins Fontes, 2012. Tomos I, II. Horton, R. (1998). The grammar of interpretative medicine. CMAJ:159(3): 245-9.

Lima, J.C. & Rivera, F.J.U. (2009). Agir comunicativo, Redes de Conversação e Coordenação em Serviços de Saúde: uma perspectiva teórico-metodológica. Interface, v.13,n.31,p.329-42,out/dez.

Melo EM. Ação comunicativa, democracia e saúde. Ciência & Saúde Coletiva 2005; 10:167-178.

Muller Neto, J. S. & Artmann, E. Política, gestão e participação em saúde: reflexão ancorada na teoria da ação comunicativa de Habermas. Ciência & Saúde Coletiva, 2011.

Peduzzi, M. Trabalho em equipe de saúde no horizonte normativo da integralidade, do cuidado e da democratização das relações de trabalho in Pinheiro, R & Barros, M.E.de B & Mattos, R.A. Trabalho em equipe sob o eixo da integralidade: valores, saberes e práticas.RJ: IMS/UERJ: CEPESC: ABRASCO, 2007 .

Peduzzi, Marina. Equipe Multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Revista de Saúde Pública, vol 35 n. 1, São Paulo, fev. 2001.

Schraiber, L.B. O médico e suas interações. A crise dos vínculos de confiança. Hucitec Ed., ST, 2009 (caps.4 e 5) Teixeira, R.R. O acolhimento num serviço de saúde entendido como uma rede de conversações. In: Pinheiro, R & Mattos, R. A. Construção da Integralidade: cotidiano, saberes e práticas de saúde. IMS-UERJ/ABRASCO.RJ.2003

Rivera, FJU. Agir Comunicativo e Planejamento Social: uma crítica ao enfoque estratégico. Ed. Fiocruz.RJ.1995 ( caps.1 e 2)

Rivera, F.J.U & Artmann,E. A liderança como intersubjetividade linguística. Interface ?Saúde, Educação, Comunicação. UNESP, v.10, n.20, p.411-425, 2006.

Rivera, F. J. U. Argumentación y construcción de validez en la planificación Estratégico Situacional de Matus. Cadernos de Saúde Pública, 27(9): 1.847-1.857, 2011

RIVERA, Francisco Javier Uribe; ARTMANN, Elizabeth. Argumentação e comunicação médico-paciente: comparando os enfoques da pragma-dialética de Toulmin e a sociolinguística americana. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 31, n. 12, p. 2577-2587, Dec. 2015

Siebeneichler FB. Jürgen Habermas: razão comunicativa e emancipação. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; 1989.

Van Eemeren, F.H.V. & Grootendorst, R. (2006). Argumentación, Comunicación y Falacias. Santiago: Universidad Católica.