Estudos de Integralidade: tópicos especiais da Atenção Básica (ENSP.03.844.3)

DETALHES

Disciplina de natureza Teórica de nível Doutorado, com carga horária de 120 horas e 4 créditos.

Número de vagas:
20
Período:
05/08/2022 a 02/12/2022
Pré-requisitos:
Sem pré-requisito.
Área(s) de Concentração:
Políticas, Planejamento, Gestão e Práticas em Saúde

HORÁRIO

Dia Início Fim
Sexta-feira 13h 17h

PROFESSORES

Nome
Gisele O'Dwyer de Oliveira
Joaquim Teixeira Netto
Nádia Cristina Pinheiro Rodrigues
Regina Paiva Daumas
Valeria Teresa Saraiva Lino

EMENTA

A disciplina apresenta elementos básicos para a análise da integralidade, um princípio estruturante do SUS, cuja produção social nos serviços é complexa e suscita discussão. Conceitualmente a integralidade tem sido estudada a partir de 3 sentidos principais: o da relação indivíduo profissional; o da organização e integração dos serviços; e o das respostas governamentais a uma necessidade em saúde.

Privilegiaremos para a abordagem nessa disciplina a atenção primária como um espaço de atenção prioritário. Representa um locus privilegiado de vínculo e organiza o acesso à rede assistencial a partir da responsabilização por uma população adscrita.

Analisaremos cenários especiais de cuidado na atenção primária, entre eles: espaços de gestão participativa; abordagem em saúde mental; populações vulneráveis e doenças negligenciadas; e especificidades na abordagem às urgências, doenças crônicas e infecciosas. Objetivos: .

1. Propiciar uma visão crítica e plural da integralidade em saúde.

2. Analisar a potencialidade da integralidade na atenção primária .

3. Apresentar elementos sobre o condicionamento político da doença, atuação governamental e saúde global.

3. Apresentar as principais reflexões no âmbito da saúde coletiva sobre o cuidado no processo saúde-doença .

4. Desenvolver junto com o aluno capacidade de leitura crítica de textos teóricos densos e de aplicação dos temas percorridos a alguns problemas contemporâneos do campo da saúde coletiva.

Categoria: Eletiva

Pré-requisito: Não há pré-requisitos .

Informações sobre as aulas:> Serão em formato remoto.

Candidatos externos: Serão aceitos Alunos dos Programas de Strictu Sensu da ENSP, Alunos de outros Programas de Strictu Sensu da FIOCRUZ, Alunos de outros Programas de Strictu Sensu.

Vagas: No mínimo 5 e no máximo 20 vagas.

A disciplina ofertará 02 vagas para Estágio em Docência. E o pré-requisito é ser aluno de doutorado.

Observação: Disciplina ofertada no Programa de Saúde Pública, com oferta de vagas nos Programas de Epidemiologia em Saúde Pública, Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente e Programa de Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva.

BIBLIOGRAFIA

AYRES JRCM. Da necessidade de uma prática reflexiva sobre o cuidado: a hermenêutica como acesso ao sentido das práticas de saúde. In: PINHEIRO, R., MATTOS, R. A. (Org.). Razões públicas para a integralidade em saúde: o cuidado como valor. Rio de Janeiro: UERJ/IMS/CEPESC, ABRASCO, 2007. p. 127-144.

AYRES JRCM. Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde. Ciência e Saúde Coletiva, 2001, 6(1); 63-72.

BAHIA L. O sistema de saúde brasileiro entre normas e fatos: universalização mitigada e estratificação subsidiada. Ciência & Saúde Coletiva, 14(3):753-762, 2009

BARRETO ML ET AL. Sucessos e fracassos no controle de doenças infecciosas no Brasil: o contexto social e ambiental, políticas, intervenções e necessidades de pesquisa. The Lancet. 2011. 47-60

CAETANO, R. et al. Desafios e oportunidades para telessaúde em tempos da pandemia pela Covid-19: uma reflexão sobre os espaços e iniciativas no contexto brasileiro. Cadernos de Saúde Pública, 36(5): e00088920, 2020. Disponível em: . DOI: <10.1590/0102-311X00088920>.

CAMARGO JR KR. As armadilhas da ?concepção positiva de saúde?. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2007;17(1); 63-76.

CAMARGO JR. KR. A Biomedicina. Physis: Rev. Saúde Coletiva, 2005, 15(Suplemento):177- 201.

CASTRO MC, MASSUDA A, ALMEIDA G, MENEZES-FILHO NA, ANDRADE MV, NORONHA KVMS, ROCHA R, MACINKO J, HONE T, TASCA R, GIOVANELLA L, MALIK AM, WERNECK H, FACHINI LA, ABUN R. Brazil?s unified Health system: the first 30 yeras anda prospects for the future. The Lancet Published online Jult 11, 2019 http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(19)31243-7

CECILIO LCO Modelos tecno-assistenciais em saúde: da pirâmide ao círculo, uma possibilidade a ser explorada. Cad. Saúde Pública, 1997;.13(3);.469-78.

CECILIO LCO. Escolhas para inovarmos na produção do cuidado, das práticas e do conhecimento: como não fazermos "mais do mesmo". Saúde Soc. 2012, 21(2);280-89.

CECÍLIO LCO. Apontamentos teórico-conceituais sobre processos avaliativos considerando as múltiplas dimensões da gestão do cuidado em saúde. Interface Comunicação Saúde Educação, 2011; 15(37); 589-99

COELHO NETO GC ET AL. A prática da Medicina de Família e Comunidade no Brasil: contexto e perspectivas. Cad. Saúde Pública 2019; 35(1):e00170917

CONSTANTINO LR, O?DWYER G, SANTOS VLB, DE SETA MH. Urgências de baixo risco: análise da integração entre atenção primária e Unidade de Pronto Atendimento. Saúde Debate 45(131): 970-986, 2021.DOI: 10.1590/0103-1104202113103

CUBAKA ET AL. A global picture of family medicine: the view from a WONCA Storybooth BMC Family Practice 2019; 20:129 https://doi.org/10.1186/s12875-019-1017-5

DESLANDES SF. O cuidado humanizado como valor e ethos da prática em saúde. In: PINHEIRO R.; MATTOS RA. (Org.). Razões públicas para a integralidade em saúde: o cuidado como valor. Rio de Janeiro: UERJ/IMS/CEPESC, ABRASCO, 2007. p.385-395.

DAUMAS R P et al. O papel da atenção primária na rede de atenção à saúde no Brasil: limites e possibilidades no enfrentamento da COVID-19 Cad. Saúde Pública 2020; 36(6):e00104120. doi: 10.1590/0102-311X00104120

DESLANDES SF. O atendimento às vítimas de violência na emergência: ?prevenção numa hora dessas??. Ciência e Saúde Coletiva, 1999; 4(1); 81-94.

ESTELLITA-LINS CE. Integralidade again: o São Bernardo e o R2D2. In: PINHEIRO, R.; MATTOS RA. (Orgs). Cuidar do Cuidado: responsabilidade com a integralidade das ações de saúde. Rio de Janeiro: IMS/UERJ ? CEPESC - ABRASCO, 2008. p.329-340

GIOVANELLA L et al. ¿Es la atención primaria de salud integral parte de la respuesta a la pandemia de Covid-19 en Latinoamérica? Trab. Educ. Saúde | e-ISSN: 1981-7746 | http://www.tes.epsjv.fiocruz.br. DOI: 10.1590/1981-7746-sol00310

GIOVANELLA et al. Saúde da família: limites e possibilidades para uma abordagem integral de atenção primária à saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 14(3):783-794, 2009

GIOVANELLA L et al. Sistema universal de saúde e cobertura universal: desvendando pressupostos e estratégias. Ciência & Saúde Coletiva, 23(6):1763-1776, 2018

GUEVARA CMS ET AL. Participação Comunitária. R. Adm. públ. 1983, 17(3):87-99.

HUDON C et al. Case Management in Primary Care for Frequent Users of Health Care Services With Chronic Diseases: A Qualitative Study of Patient and Family Experience. Ann Fam Med 2015;13:523-528. doi: 10.1370/afm.1867.

MATTOS RA. Responsabilidade intelectual e solidariedade: por uma ética profissional pautada pela integralidade. In: PINHEIRO R.; MATTOS RA. (Org.). Trabalho em equipe sob o eixo da integralidade: valores, saberes e práticas. Rio de Janeiro: UERJ/IMS/CEPESC, ABRASCO, 2007 b. p. 129-141.

MATTOS, R. A. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. In: PINHEIRO, R. e MATTOS RA. Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: UERJ/IMS, ABRASCO. 2001. p. 39-64.

MATTOS R. A. A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade) Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20 (5):1411-1416, set-out, 2004

MELLO GA, VIANA, ALÁ. Uma história de conceitos na saúde pública: integralidade, coordenação, descentralização, regionalização e universalidade. História, Ciências, Saúde ? Manguinhos, Rio de Janeiro, v.19, n.4, out-dez. 2012, p. 1219-1239.

MOROSINI MVGC, FONSECA AF, LIMA LD. Política Nacional de Atenção Básica 2017: retrocessos e riscos para o Sistema Único de Saúde Saúde Debate 2018; 42 (116); 11-24.

MOROSINI, MVGC, FONSECA AF BAPTISTA TWF. Previne Brasil, Agência de Desenvolvimento da Atenção Primária e Carteira de Serviços: radicalização da política de privatização da atenção básica? Cad. Saúde Pública, 2020, vol.36, no.9. ISSN 0102-311X

NORONHA JC. Cobertura universal de saúde: como misturar conceitos, confundir objetivos, abandonar princípios. Cad. Saúde Pública, 2013; 29 (5):847-849.

NUNES JA. A retomada político-emancipatória em tempos de Globalização: a saúde como laboratório? Tempus - Actas de Saúde Coletiva, v.2 n.1, p. 87-102, jul./dez. 2008. ISSN 1982-8829

O?DWYER G, KONDER M. Acesso às urgências e atenção hospitalar: uma questão de direitos humanos. Editora Fiocruz, Rio de Janeiro, 2022, no prelo.

OTTERSEN OP. As origens políticas das inequidades em saúde: perspectivas de mudança. The Lancet 2014.

PAIM JS. Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos. Ciência & Saúde Coletiva, 23(6):1723-1728, 2018

PINTO LF. GIOVANELLA L. Do Programa à Estratégia Saúde da Família: expansão do acesso e redução das internações por condições sensíveis à atenção básica (ICSAB) Ciência & Saúde Coletiva, 23(6):1903-1913, 2018

RASELLA D, HONE T, SOUZA LE, TASCA R, BASU R, MILLETT2 C. Mortality associated with alternative primary healthcare policies: a nationwide microsimulation modelling study in Brazil. Rasella et al. BMC Medicine (2019) 17:82 https://doi.org/10.1186/s12916-019-1316-7

RIBEIRO PT. A questão social na história recente: implicações para a política de saúde no Brasil. Physis Revista de Saúde Coletiva, 2010, 20 (1): 19-31

RIBEIRO JM et al. Federalismo e políticas de saúde no Brasil: características institucionais e desigualdades regionais. Ciência & Saúde Coletiva, 2018: 23(6):1777-1789.

SANTOS NR. SUS 30 anos: o início, a caminhada e o rumo. Ciência & Saúde Coletiva, 23(6):1729-1736, 2018.

SANTOS, FP.; MERHY, E. E. Public regulation of the health care system in Brazil - a review. Interface. Comunic., Saúde, Educ., 2006: 10(19);.25-41.

SANTOS L, CAMPOS GW. SUS e a região. Saúde e Sociedade 2015: 24(2); 438-46

SAYD JD. Ser médico: uma perspectiva histórica. Série estudos em saúde coletiva, Rio de Janeiro, 2006; 220, p. 5-20. Disponível em: .

SILVA JR. AG, MERHY EE, CARVALHO LC. Refletindo sobre o Ato de Cuidar da Saúde. In: PINHEIRO R; MATTOS RA (Orgs.). Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: IMS/UERJ - CEPESC - ABRASCO, 2007

TEIXEIRA RR. As dimensões da produção do comum e a saúde. Saúde Soc. 2015; 24(supl.1); 27-43

TEIXEIRA MG ET AL. Conquistas do SUS no enfrentamento das doenças transmissíveis Ciência & Saúde Coletiva, 23(6):1819-1828, 2018

SCHRAIBER, L. M. Medicina: arte e ciência. In: SCHRAIBER, L. M. O médico e suas interações: a crise dos vínculos de confiança. São Paulo. Aderaldo & Rothschild, 2008. p. 211-233

VANHAECHT K, PANELLA M, ZELM RV, SERMEUS W. An overview on the history and concept of care pathways as complex interventions. International Journal of Care Pathways 2010; 14: 117?123 DOI: 10.1258/jicp.2010.010019

VENTURA DFL. et al. Desafios da pandemia de COVID-19: por uma agenda brasileira de pesquisa em saúde global e sustentabilidade Cad. Saúde Pública 2020; 36(4):e00040620doi: 10.1590/0102-311X00040620

VIANA AL et al. Regionalização e Redes de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 2018: 23(6):1791-1798.