PROFESSORES

EMENTA

Esta disciplina objetiva apresentar e discutir alguns fundamentos e estratégias metodológicas da pesquisa social em saúde, a partir da perspectiva das ciências sociais. A disciplina foi estruturada em dois eixos, um centrado nos aspectos conceituais da pesquisa social e o outro nos usos deste instrumental por meio da apresentação de estratégias metodológicas.

Categoria: Eletiva

Pré-requisito: Não há pré-requisitos.

Informações sobre as aulas: Serão em formato presencial.

Candidatos externos: Serão aceitos Alunos dos Programas de Strictu Sensu da ENSP, Alunos de outros Programas de Strictu Sensu da FIOCRUZ, Alunos de outros Programas de Strictu Sensu.

Vagas: No mínimo 5 e no máximo 15 vagas.

A disciplina ofertará 02 vagas para Estágio em Docência e o pré-requisito é Ser aluno de doutorado.

Observação: Disciplina ofertada no Programa de Saúde Pública, com oferta de vagas no Programa de Epidemiologia em Saúde Pública, Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente e Programa de Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva.

BIBLIOGRAFIA

(Aula 1): Apresentação dos alunos e do programa/dinâmica da disciplina (todos)

MODULO I: ASPECTOS CONCEITUAIS

(Aula 2) Objeto de pesquisa e problema social (Simone e Fatima)

LENOIR, R. Objeto sociológico e problema social. In: MERLLIÉ. D. et al. Iniciação à Prática sociológica. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996, pp. 59-106.

HEILBORN, ML. et al (orgs). O Aprendizado da sexualidade: reprodução e trajetórias sociais de jovens brasileiros. Capítulo 1. 2006, pp. 29-57 (seminário)

Bibliografia Complementar

BOURDIEU, P. Introdução a uma Sociologia Reflexiva. In: BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989, p.17-58.

HERZLICH, Claudine; PIERRET, Janine. Uma doença no espaço público, a AIDS em seis jornais franceses. Physis, Rio de Janeiro, 2(1): 7-35. 1992.

(Aula 3) Cultura: a perspectiva antropológica (Fatima e Mauro)

GEERTZ, C. Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura. In: A Interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1989, p.13-41.

WAGNER, R. A invenção da cultura. Introdução (p. 11-24), cap. 1 (p.27-46), SP: Ed. Ubu, 2017 [1975].

Bibliografia Complementar

DA MATTA, R. Relativizando: uma introdução à antropologia social. RJ: Rocco, 1993; p.17-58.

MALINOWSKI, Bronislaw. Objeto, método e alcance desta pesquisa. In: GUIMARÃES, Alba Zaluar (org.). Desvendando máscaras sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980. p. 39-61. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfJtwAL/malinowski-argonautas-introducao-objeto-metodo-alcance-desta-investigacao

CLIFFORD, James. Sobre a autoridade etnográfica. In: A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998. P.17-57.

(Aula 4) ? Identidade social (Simone, Mauro)

GOFFMAN, E. Estigma e identidade social. In: Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Ed. Guanabara, Rio de Janeiro, 1988, p.11-50.

PARKER R. Interseções entre Estigma, Preconceito e Discriminação na Saúde Pública Mundial. In Estigma e Saúde, S. Monteiro e W. Villela (orgs). Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2013 pp 25-46. (Seminário)

Bibliografia complementar

GOFFMAN, E. Estigma: Notas sobre manipulação da identidade deteriorada [Trad. Marcia Bandeira de Mello Leite Nunes] 4. Ed.. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

BECKER, HS. Outsiders. Estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Zahar; 2008. NOGUEIRA, O. Vozes de Campos do Jordão: experiências sociais e psíquicas do tuberculoso pulmonar no estado de São Paulo. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2009. 220 p. (Coleção História e Saúde; Clássicos e Fontes).

VELHO, G. Estigma e comportamento desviante em Copacabana. In: VELHO, G. (Org.). Desvio e Divergência. Rio de Janeiro: Zahar, 1977. p. 116-124.

(Aula 5) ?Gênero como categoria de análise social (Simone, Mauro)

PISCITELLI, A. Recriando a ?categoria? Mulher. In: Algranit, L. (orgs). A pratica feminista e o conceito de gênero. Textos didáticos, 48, Campinas: IFCH/Unicamp, 2002, p. 7-42.

CONNELL, R; PEARSE, R. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: Nversos, 2015. Caps. 1 e 3. (Seminário)

Bibliografia complementar

VIVEROS, M. El concepto de género y sus avatares. Interrogantes en torno a algunas viejas y nuevas controversias. In: Millán de Benavides, C. y Estrada A. (eds.). Pensar (en) género. Teoría y práctica para nuevas cartografías del cuerpo. Universidad Javeriana, Bogotá; 2004, pp. 170-191.

RUBIN, Gayle. ?O tráfico de mulheres: notas sobre a ?economia política? do sexo?. Originalmente publicado em: Reiter, Rayna (Ed.). Toward an Anthropology of Women. Nova York, Monthly Review, 1973.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica?. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995, pp. 71-99

BUTLER, Judith. Problemas do gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. [Trad. Heci Regina Candiani]. São Paulo: Boitempo, 2016. 244p.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Organização: Flavia Rios; Márcia Lima. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. in: SILVA, Tomaz Tadeu da. Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

SCHIENBINGER, Londa. O Feminismo mudou a Ciência? Bauru, SP: EDUSC, 2001.

(Aula 6) - Relações e estudos Raciais (Fatima - Convidada: Ana Paula)

SEYFERTH, Giralda. A invenção da raça e o poder discricionário dos estereótipos. Anuário Antropológico, 93: 175-203. (1993)

GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Cor e raça: raça, cor e outros conceitos analíticos. In: PINHO, O., SANSONE, L. Raça : novas perspectivas antropológicas. Salvador: EDUFBA; 2008. p. 63-82. (Seminário???)

ALVES, Maria Teresa Seabra Soares de Britto et al. Desigualdade racial nas boas práticas e intervenções obstétricas no parto e nascimento em maternidades da Rede Cegonha. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 26(3), mar. 2021. p. 837-846. (Seminário)

Bibliografia complementar

SCHWARCZ, Lilian Moritz. Racismo ?à brasileira?. In: BUARQUE DE ALMEIDA, Heloisa; SZWAKO José Eduardo (Orgs.). Diferenças e Desigualdades. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009. P. 20-68.

LAGUARDIA, Josué. O uso da variável "raça" na pesquisa em saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva. 14(2): 197-234. 2004

LAGUARDIA, Josué. Raça e epidemiologia: as estratégias para construção de diferenças biológicas. Ciência & Saúde Coletiva, 12(1), 253-261. 2007.

MUNIZ, J. O. Sobre o uso da variável raça-cor em estudos quantitativos. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, 18( 36): 277-291. 2010.

ARAÚJO, E.M. et al. The use of the variable of race/color within Public Health: possibilities and limits. Interface - Comunic., Saúde, Educ., 13(31): 383-94. out./dez. 2009.

WERNECK, Jurema. Racismo institucional e saúde da população negra. Saúde e sociedade, São Paulo, 25(3): 535-549. set. 2016.

FRY, Peter H. et al . AIDS tem cor ou raça? Interpretação de dados e formulação de políticas de saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23 (3), 497-507. 2007.

MAIO, M. C.; MONTEIRO, S.: Tempos de racialização: o caso da ?saúde da população negra? no Brasil. História, Ciências, Saúde ? Manguinhos, 12 (2): 419-46, maio-ago. 2005.

MODULO II: ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS ?

(Aulo 7) Método etnográfico e observação participante Seminário alunos

DaMATTA, R. Ofício do etnólogo ou como ter anthropological blues. In: NUNES, E. O. (Org.). Aventura Sociológica. Rio de Janeiro, Zahar, 1978, p.23-35.

VELHO, G. Observando o familiar. In: Individualismo e cultura: notas para uma Antropologia da Sociedade Contemporânea. RJ. Jorge Zahar Editor, 1994. (cap.9) 121-132.

BECKER, H. S. Problemas de Inferência e Prova na Observação Participante In: Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: HUCITEC (2ª ed), 1994. (cap.2)

Bibliografia complementar

FOOTE-WHYTE, William. Treinando a observação participante. In: GUIMARÃES, Alba Zaluar. Desvendando máscaras sociais. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1990. cap. 3, p 77-86.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. O Trabalho do Antropólogo: Olhar, Ouvir, Escrever Revista de Antropologia, 39(1): 13-37. (1996)

FONSECA, C. Quando cada caso NÃO é um caso: pesquisa etnográfica e educação. Revista Brasileira de Educ,10:58-78. 1999

FERREIRA, Jaqueline; FLEISCHER, Soraya (Orgs.). Etnografias em serviços de saúde. Rio de Janeiro: Garamond, 2014. 1. Ed.

CHAZAN, Lilian Krakowski (2005). ?Vestindo o jaleco: reflexões sobre a subjetividade e a posição do etnógrafo em ambiente médico?. In: Cadernos de Campo, ano 14, n.13, p. 15-32.

FLEISCHER, Soraya; BATISTA, Monique. O tempo da falta e o tempo da bonança: experiências de cronicidade na Guariroba, Ceilândia/DF. Anuário Antropológico, v. II, p. 195-224, 2013

(Aula 8) - História de vida e o método biográfico (Mauro)

BECKER, H. S. A história de vida e o mosaico científico. In: Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: HUCITEC (2ª ed), 1994. (cap. 4).

GUEDES, S. Vidas revisitadas: a reconstrução do passado de idosos em programas gerontológicos. Sociologia & Antropologia, 4(1), 233-25, 2014. (seminario)

Bibliografia complementar

ELIAS, N. Mozart, sociologia de um gênio. Organizado por Michael Schröter. [Trad. Sergio Goes de Paula]. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.150 p

GUÉRIOS, Paulo Renato. O estudo de trajetórias de vida nas Ciências Sociais. Campos 12(1): 9-29, 2011.

BERTAUX, D. 1999 [1980]. ?El enfoque biográfico: su validez metodológica, sus potencialidades?. In Proposiciones 29(4): 1-23.

Bourdieu, Pierre . A ilusão biográfica. In: FERREIRA, Marieta de Morais; AMADO, Janaina. (Orgs.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1998. p. 183-191.

KOFES, Suely. Experiências sociais, interpretações individuais: Histórias de vida, suas possibilidades e limites. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 3, p. 117-141, 2007.

PÔRTO, Ângela. A vida inteira que podia ter sido e que não foi: trajetória de um poeta tísico. História, Ciências e Saúde ? Manguinhos, VI (3): 523-550, 1999 ? Fev. 2000.

OTHERO, Marília; AYRES, José Ricardo. Necessidades de saúde da pessoa com deficiência: a perspectiva dos sujeitos por meio de histórias de vida. Interface. Comunicação, Saúde, Educação. 16 (40): 219-233, jan-mar. 2012.

ALVES, A. M. Memória da esterilização feminina: Um estudo geracional. Sociologia & Antropologia 7(1): 187-207, abril, 2017

(Aula 9) - Entrevistas e Triangulação de métodos (Kathie)

GASKELL, G. Entrevistas individuais e grupais. In: Martin W. Bauer e George Gaskell (editores). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, pp. 64-89.

DESLANDES, S. & ASSIS, S.G Abordagens quantitativa e qualitativa em saúde: o diálogo das diferenças. In: MC. Minayo e S. Deslandes (orgs.). Caminhos do Pensamento: epistemologia e método. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2002, pp. 195-223. (seminário)

Bibliografia complementar:

(Aula 10) - Pesquisas sociais em ambiente digital (Thiago)

DESLANDES, S; COUTINHO, T. Pesquisa social em ambientes digitais em tempos de COVID-19: notas teórico-metodológicas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 11, e00223120, Jul. 2020.

DESLANDES, Suely Ferreira et al. Desafíos en línea con niñas, niños y adolescentes: violencia autoinfligida y estrategia mediática. Salud Colectiva. v. 16. p.1-13. (seminário)

Bibliografia complementar:

LEITÃO, D. K.; GOMES, L. G. Etnografia em ambientes digitais: perambulações, acompanhamentos e imersões. Antropolítica - Revista Contemporânea de Antropologia, 1(42): 41-65 (2018).

FREITAS, E. T. Linchamentos virtuais: ensaio sobre o desentendimento humano na internet. Antropolítica - Revista Contemporânea de Antropologia, 1(42): 140-163 (2018).

(Aula 11) Exercício de observação etnográfica (Sem aula presencial)

BEAUD, B. ; WEBER, F. ?Escolher um Tema e um Campo?. In: BEAUD, B. ; WEBER, F. Guia para a pesquisa de campo. Produzir e Analisar Dados Etnográficos. Petropolis, Vozes 2007.

(Aula 12): Relato do exercício de observação etnográfica e avaliação do curso.