Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (ENSP.04.806.1)

DETALHES

Disciplina de natureza Teórica de nível Doutorado, com carga horária de 90 horas e 3 créditos.

Número de vagas:
20
Período:
15/08/2024 a 21/11/2024
Pré-requisitos:
Sem pré-requisito.
Área(s) de Concentração:
Determinação dos Processos Saúde-Doença: Produção/Trabalho, Território e Direitos Humanos

HORÁRIO

Dia Início Fim
Quinta-feira 13:30 16:30

PROFESSORES

Nome
Marcelo Firpo de Souza Porto

EMENTA

"O curso tem por objetivo principal introduzir, aprofundar e compartilhar discussões conceituais, metodológicas e experiências sobre produção de conhecimentos em torno da proposta chave da promoção emancipatória da saúde.

A disciplina sistematiza o trabalho acadêmico e as experiências de pesquisa do Núcleo Ecologias e Encontros de Saberes para a Promoção Emancipatória da Saúde (NEEPES/ENSP/FIOCRUZ).

São articulados três campos interdisciplinares de conhecimento (Saúde Coletiva, Ecologia Política e as abordagens pós-coloniais com ênfase nas epistemologias do Sul) para compreender e enfrentar diversas crises e contribuir para as transições paradigmática e civilizatória.

Os três campos fornecem as bases para as quatro dimensões de justiça (social, sanitária, ambiental-territorial e cognitiva-histórica) que sustentam nossa proposta de promoção emancipatória da saúde.

Ela envolve processos emancipatórios e lutas por saúde, dignidade e direitos territoriais nas cidades, campos, florestas e águas.

Além da ecologia política, dos conflitos ambientais e da agroecologia, outra dimensão estratégica é a construção e aplicação de metodologias sensíveis colaborativas para a produção de conhecimentos junto com movimentos sociais e comunitários.

Para isso as linguagens acadêmicas (logocêntricas) se mesclam às linguagens-expressões artísticas e populares, sejam as poético-musicais ou audiovisuais-imagéticas. O objetivo é a construção e divulgação de experiências e saberes alternativos como o exercício do coracionar ou sentir-pensar como base ética, política e metodológica de uma ciência sensível."

Categoria: Disciplina eletiva para os cursos de doutorado e mestrado acadêmico.

Pré-requisito: Carta de intenção do candidato.

Informação sobre as aulas: Serão presenciais para estudantes do Rio de Janeiro. Candidatos que residem fora do Rio de Janeiro podem cursar virtualmente.

Candidatos externos: Serão aceitos Alunos dos Programas de Stricto Sensu da ENSP, Alunos de outros Programas de Stricto Sensu da FIOCRUZ, Alunos de outros Programas de Stricto Sensu.

Vagas: Mínimo 05 e máximo 20.

A disciplina ofertará 01 vaga para Estágio em Docência e o pré-requisito é ser aluno de doutorado com bolsa CAPES ou ser aluno de doutorado com qualquer tipo de bolsa.

BIBLIOGRAFIA

"Aguiar ACP. Saúde e cuidado como produção de vida: para descolonizar e corazonar a Saúde Coletiva. 2023. Tese de Doutorado, ENSP/Fiocruz. Cap. 7 ? É tempo de descolonizar (p. 72 a 110). Ver em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/59872/ada_cristina_pontes_aguiar_ensp_dout_2023.pdf?sequence=2&isAllowed=y

Fasanello MT, Nunes JA, Porto MF. Metodologias colaborativas não extrativistas e comunicação: articulando criativamente saberes e sentidos para a emancipação social. RECIIS 12 (4), 2018. Ver em: http://dx.doi.org/10.29397/reciis.v12i4.1527

Fasanello MT, Porto MF. Territórios - Metodologias Sensíveis Co-Labor-Ativas: produzir conhecimentos junto com movimentos sociais e territórios para a transição paradigmática"". SAÚDE EM DEBATE (2024, aceito para publicação)

Guattari, F. As três ecologias. Campinas: Papirus, 11ª edição, 2001. Textos selecionados. Livro completo: http://escolanomade.org/wp-content/downloads/guattari-as-tresecologias . pdf

HECHT, S. B. A evolução do pensamento agroecológico. In: ALTIERI, Miguel. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba: Editora Agropecuária, 2002. p. 21-51.

MARTINEZ ALIER, Juan. ""O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração."" O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. Contexto, 2009.

Palm, J et al. Relatório do Encontro de Saberes 2019. Rio de Janeiro: Fiocruz: ENSP: Neepes. Palm JL, Porto MF et al. Agroecologia e soberania alimentar: lutas por justiça e alimentação saudável em territórios periféricos urbanos. SAÚDE EM DEBATE (2024, aceito para publicação)

Palm JL, Porto MF. Agroecologia urbana, alimentação, saúde e emancipação social: emergências da re-existência do tradicional nas cidades. In: PORTO MF, NUNES JA (orgs). Diálogos entre a Saúde Coletiva e as Epistemologias do Sul. São Paulo: Hucitec Editora, 2023. Cap. 15, p. 417-446. (PDF)

Petersen, P. Agroecologia: um antídoto contra a amnésia biocultural. In.: TOLEDO, Victor M e BARRERA-BASSOLS, Narciso. A memória biocultural: a importância ecológica das sabedorias tradicionais. São Paulo: Expressão Popular, 2015. p 11-16.

Porto MF, Rocha D, Fasanello, MF. Saúde, Ecologias e Emancipação: conhecimentos alternativos em tempo de crise(s). São Paulo: Hucitec, 2021.

Porto MF, Pacheco T, Leroy JP. Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil: o mapa de conflitos. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2013. Porto MF, Rocha D, Finamore R. Saúde coletiva, território e conflitos ambientais: bases para um enfoque socioambiental crítico. Ciência & Saúde Coletiva 19(10): 4071-4080, 2014. Ver em: https://www.scielosp.org/article/csc/2014.v19n10/4071-4080/

Porto, MF. Crise das utopias e as quatro justiças: ecologias, epistemologias e emancipação social para reinventar a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva, 24(12): 4449-4458., 2019. Ver em: https://doi.org/10.1590/1413-812320182412.25292019

Porto, MF; Nunes, JA. . Do sofrimento à emancipação: Diálogos entre a saúde coletiva e as epistemologias do Sul Organizadores: Marcelo Firpo Porto & João Arriscado Nunes. 34. ed. São Paulo: Hucitec Editora, 2023. v. 1. 482p.

Porto MF. Prevenção, emancipação social e transição paradigmática: uma trajetória interdisciplinar de 40 anos no Brasil sobre acidentes e desastres. Cadernos de Saúde Pública (2024, aceito para publicação)

Santos BSS. O Fim do Império Cognitivo. Coimbra: Almedina, 2018. Introdução: Por quê as epistemologias do Sul? Caminhos artesanais para futuros artesanais (p.19-43)

SANTOS, B. S., MENESES, M. P. G., (Orgs.) Epistemologias do Sul. Coimbra; Almedina e CES/UC. 2014, p. 445-486.

Santos, B. S., Meneses, M. P. G., & Nunes, J. A. (2004). Introdução: para ampliar o cânone da ciência: a diversidade epistemológica do mundo. Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais, 2004. Parte 1- Ciência, colonialismo e colonialidade: a produção de (des)conhecimento(s)

SANTOS, BS. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, B. D. S., MENESES, M. P. G., (Orgs.) Epistemologias do Sul. Coimbra; Almedina e CES/UC. 2014, p. 23-71.

Toledo, Víctor M.. (2013). El metabolismo social: una nueva teoría socioecológica. Relaciones. Estudios de historia y sociedad, 34(136), 41-71. Ver em http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0185- 39292013000400004&lng=es&tlng=es."