Aumenta cobertura de saúde no Programa Bolsa Família
Atualizado em 24/09/2013

De acordo com o estudo, o número de famílias beneficiárias a serem acompanhadas pela saúde aumentou gradativamente, passando de 5,5 milhões, em 2005, para 11,8 milhões, em 2012. O número de famílias acompanhadas evoluiu de 1,8 milhão, na segunda vigência de acompanhamento de 2005, para 8,6 milhões, na segunda vigência de 2012. Nesta última, conseguiu-se atingir a meta nacional de 73% de acompanhamento, pactuada nos instrumentos de gestão do SUS. A pesquisa utilizou dados secundários obtidos por consulta ao Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde e do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).
A dissertação apresenta os resultados do acompanhamento das condicionalidades de saúde do PBF sob duas perspectivas: o desempenho dos estados e municípios no acompanhamento das condicionalidades de saúde entre os anos de 2005 e 2012; e o resultado da vigilância nutricional das crianças beneficiárias do PBF com idade inferior a 5 anos, no que se refere aos agravos de maior relevância em saúde pública nessa faixa etária – desnutrição crônica e excesso de peso.

Na área da saúde, explicou Ana Maria, as condicionalidades são compromissos assumidos pelas famílias beneficiárias que tenham, em sua composição, crianças menores de 7 anos e/ou gestantes. “Entende-se que o cumprimento de uma agenda de condicionalidades na área da saúde favorece a utilização das ações e serviços. Dessa forma, contribui para a prevenção da ocorrência de diversas doenças e fatores de risco que poderiam comprometer as oportunidades de uma vida plena no futuro.” O conjunto das condicionalidades de saúde, acrescentou ela, concretiza-se na oferta dos serviços para acompanhamento da vacinação e da vigilância nutricional de crianças menores de 7 anos, bem como a assistência ao pré-natal de gestantes e ao puerpério.
Quanto ao aspecto da intersetorialidade, Ana Maria informou que participam do PBF os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Educação e Saúde, na esfera federal, e também seus pares nos estados, Distrito Federal e municípios. “Todos trabalham em conjunto para aperfeiçoar, ampliar e fiscalizar a execução do programa. Esse arranjo político entre os entes federados e setores diversos, com vistas à garantia de direitos e redução de iniquidades sociais, faz parte da definição de intersetorialidade.” A ação intersetorial, continuou Ana, busca superar a fragmentação das políticas públicas e é entendida como a interação entre diversos setores no planejamento, execução e monitoramento de intervenções para enfrentar problemas complexos e necessidades de grupos populacionais.
“É de suma importância o bom desempenho dos municípios/estados no acompanhamento das condicionalidades de saúde das famílias, considerando a importância da participação do setor da saúde no cumprimento de tais condicionalidades”, disse. Ela ainda agregou, como questões importantes, a melhoria das condições de saúde e nutrição da parcela da população em situação de vulnerabilidade social e o reforço ao direito de acesso à política universal de saúde visando à melhoria das condições de vida.
Ana Maria Cavalcante de Lima é nutricionista, especialista em Gestão de Políticas de Alimentação e Nutrição e em Comunicação em Saúde, ambos os cursos realizados na Fiocruz. Atua como técnica especializada na Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição/Departamento de Atenção Básica/Secretaria de Atenção à Saúde/Ministério da Saúde.