Pesquisa analisa o brincar como promotor de saúde
Atualizado em 23/12/2014

Foram entrevistados pela aluna 9 profissionais (integrantes do Programa Saúde e Brincar e gestores da enfermaria pediátrica) e 9 acompanhantes sobre a execução das atividades com as crianças internadas. Para ela, pensar em promoção da saúde no ambiente hospitalar é extremamente pertinente, especialmente quando neste espaço existem crianças que permanecem internadas durante longos períodos ou que sofrem com internações seguidas ao longo de suas vidas. “O hospital, nesse caso, transforma-se no único ou no principal cenário onde transcorrem suas vidas e onde suas atividades diárias são realizadas.” Além disso, acrescenta Lígia, as brincadeiras contribuem para que ela saia da condição passiva de objeto de tratamento para ocupar um papel mais ativo perante a hospitalização.

O Programa Saúde e Brincar do IFF completou 20 anos de sua existência em 2014 e, atualmente, desenvolve atividades referentes à assistência, ensino e pesquisa, voltadas para a saúde da criança e adolescente em situação de adoecimento crônico e hospitalização, onde o brincar é identificado como principal elemento. São muito os avanços nesse aspecto. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) reconheceu como um direito da criança o brincar. Portanto, observa Lígia, um valor a ser sustentado de forma efetiva pela sociedade e pelas instituições brasileiras, dentre eles todos os hospitais públicos e privados. Já em 2005, por meio da Lei nº 11.104, tornou-se obrigatório a criação de um espaço com desenvolvimento de atividades lúdicas dentro dos hospitais brasileiros que ofereçam tratamento pediátrico. A Organização Mundial da Saúde criou, em 2004, por meio da Rede Internacional de Hospitais Promotores da Saúde (HPH-Children and Adolescents), o projeto "Respeito dos Direitos da Criança Hospitalizada" que tem o intuito de avaliar se os hospitais e serviços de saúde cumprem com os direitos das crianças internadas com base no que foi proposto na Convenção das Nações Unidas de 1989.
Ligia Maria Rocha Rodrigues é graduada em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza, com experiência na área de Saúde Pública em hospitais, ONGs e comunidades carentes de Fortaleza - CE. Sua dissertação foi apresentada em dezembro na ENSP.
(Foto: arquivo pessoal)
(Foto: arquivo pessoal)