Pesquisa analisa adesão ao tratamento antirretroviral de crianças e adolescentes
Atualizado em 06/03/2015

Para Maria Letícia, é importante refletir sobre o motivo de alguns desses pacientes atravessarem a infância e chegarem à adolescência com supressão viral mantida, mesmo tendo acesso aos mesmos medicamentos e cuidados institucionais, jamais conseguirem atingir iguais resultados e se beneficiar do mesmo modo do tratamento.
A aluna informou que foram considerados aderentes aqueles com carga viral indetectável (<50 cópias/mL) e nenhuma dose de antirretroviral perdida nos últimos três dias (adesão 100%). Participaram do estudo 260 crianças e adolescentes vivendo com HIV (CAVHIV) e seus cuidadores que responderam a questionários e entrevista semiestruturada.

A pesquisa recomenda, a partir da caracterização dos fatores de natureza individual, institucional e social que determinam o papel dos cuidadores na adesão de crianças e adolescentes à terapia antirretroviral combinada, que as equipes de saúde considerem tais fatores na interação com as famílias vivendo com HIV/Aids.
Sobre a autora
Maria Letícia Santos Cruz é pediatra do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Federal dos Servidores do Estado, no RJ, desde 1985, onde é responsável pela atenção a crianças e adolescentes expostos e infectados pelo HIV. Com mestrado em Medicina Tropical pela Fiocruz, ela é colaboradora do Eunice Kennedy Shriver National Institutes of Child Health and Development do NIH e membro da Comissão Técnica Assessora para o tratamento de crianças e adolescentes vivendo com HIV/Aids do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Ela defendeu sua tese intitulada Crianças e adolescentes vivendo com HIV em acompanhamento em serviços brasileiros: análise dos fatores de vulnerabilidade na adesão ao tratamento antirretroviral, no dia 12/2, na ENSP.