Queimada de cana provoca asma em escolares de Campos (RJ)
Atualizado em 17/04/2015

A atividade agrícola de cultivo da cana-de-açúcar também apresenta relevância social, ambiental e histórica para o município. Entretanto, observou Keila, as queimadas realizadas no período de sua colheita podem impactar negativamente o meio ambiente e a saúde respiratória da população que reside no município.
O objetivo desse estudo foi correlacionar a prevalência dos sintomas de asma em escolares de 6-7 e 13-14 anos de idade com os setores censitários mais expostos aos focos de queimada de cana-de-açúcar, em Campos dos Goytacazes, bem como avaliar as características sociais da população exposta aos focos de queimada. A pesquisa utilizou o estimador da densidade de Kernel para verificar um padrão de concentração de pontos de focos de calor que caracterizam as queimadas e assim definir áreas mais afetadas.

Já para localização das queimadas de cana-de-açúcar no município foi utilizado a base de dados georreferenciada do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foi realizada a sobreposição desses mapas, explicou a aluna e, assim, foi verificada uma correlação de 0,15 entre sintomas de asma grave, chiado no peito tão forte a ponto de impedir que ele(a) conseguisse dizer mais de 2 palavras entre cada respiração, e a queimada de palha de cana. Não foi verificada correlação entre as queimadas de cana-de-açúcar e o sintoma de asma caracterizado como chiado no peito alguma vez na vida.
Keila Valente de Souza possui pós-graduação em Análise Ambiental e Gestão do Território pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE). É formada em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2010). Atualmente é analista censitária de geoprocessamento no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia e Meio Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde pública, desenvolvimento sustentável e indicadores de sustentabilidade.