Mortalidade hospitalar de idosos é tema de pesquisa da ENSP
Atualizado em 09/09/2016

A escolha por essa região, informa Paula, deve-se à maior concentração da população com 60 anos ou mais. Trata-se de um estudo transversal, observacional, com base em dados secundários obtidos por meio do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), que analisou a taxa de mortalidade intra-hospitalar decorrente de internações devido a doenças hipertensivas, doença isquêmica do coração, insuficiência cardíaca congestiva e doenças cerebrovasculares.
O universo do estudo incluiu 385.784 internações de idosos na Região Sudeste pelas doenças do aparelho circulatório selecionadas. A idade média dos pacientes foi de 72,9 anos, e 51,1% das pessoas internadas eram do sexo masculino. A insuficiência cardíaca foi responsável pelo maior volume de hospitalizações entre os diagnósticos selecionados (36,8%), mas as maiores taxas de mortalidade hospitalar bruta foram por doenças cerebrovasculares. Um número expressivo de internações ocorreu em caráter de urgência (90,3%). A maioria das internações ocorreu em hospitais privados filantrópicos. As hospitalizações ocorreram majoritariamente nos estados de São Paulo (51,0%) e Minas Gerais (30,5%).
Segundo Paula, o interesse sobre o tema proposto surgiu dos questionamentos sobre a qualidade do cuidado hospitalar prestado aos idosos internados no SUS, em especial, por doenças do aparelho circulatório, devido à sua magnitude no perfil de morbi-mortalidade. Além disso, a pesquisa objetivou avaliar a capacidade preditiva de modelos de ajuste de risco aplicados para a população idosa, considerando a disponibilidade de informação sobre produção hospitalar brasileira.
Na opinião da aluna da ENSP, apesar dos limites do estudo, os resultados apontam a necessidade de mais investigações sobre a qualidade da assistência hospitalar destinados aos idosos no Brasil. Também demonstram serem necessárias mais pesquisas, disse ela, de modo a analisar a integração dos cuidados voltados a esse grupo etário, a efetividade da Atenção Primária e o acesso aos serviços especializados, cujas ações são fundamentais para prevenir a ocorrência de casos mais graves, nos quais uma hospitalização poderia ser evitada.
Sobre a autora
Paula Brito Cordeiro é graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006), com especialização em Psicogeriatria pela mesma universidade, e em Saúde Pública, pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Possui experiência em atividades de Pesquisa em Psicologia Social e Psicologia Cognitiva, e na área clínica: psicoterapia individual e de grupo, estimulação cognitiva e grupo terapêutico para familiares de idosos com demência.
Paula Brito Cordeiro é graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006), com especialização em Psicogeriatria pela mesma universidade, e em Saúde Pública, pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Possui experiência em atividades de Pesquisa em Psicologia Social e Psicologia Cognitiva, e na área clínica: psicoterapia individual e de grupo, estimulação cognitiva e grupo terapêutico para familiares de idosos com demência.