'Estamos distantes do sonhado controle da tuberculose no Rio', aponta pesquisa da ENSP
Atualizado em 09/12/2016

O estudo comprovou a relação entre maiores taxas de abandono e condições de vulnerabilidade socioeconômica. Houve redução significativa da taxa de abandono entre os anos de 2009 e 2013, que também foram anos de expansão acentuada da Estratégia de Saúde da Família, que ainda não foi suficiente para alcançar a meta de 5% de abandono. Por meio desse estudo, foi possível mapear as áreas de maior concentração de casos, o que pode influenciar diretamente ações específicas e mais efetivas de combate à doença nessas áreas, bem como facilitar o monitoramento, controle e avaliação dos casos.
Entre os objetivos da pesquisa, também esteve o de descrever a distribuição geográfica dos casos novos de tuberculose na Zona Sul do Rio de Janeiro, no período de 2009 a 2013, e os casos de abandono de tratamento da tuberculose, no mesmo período. Para tal, foi realizado um estudo espacial ecológico, com georrefenciamento dos casos novos e dos casos de abandono, utilizando-se a base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Encontrado o total de 3.396 casos novos e 316 abandonos, com predomínio de adultos jovens, do sexo masculino e da forma clínica pulmonar.
Ainda segundo a pesquisa, as variáveis relacionadas ao abandono foram sexo masculino, alcoolismo, coinfecção TB/HIV e Aids. O tratamento diretamente observado (TDO) não influenciou o desfecho abandono de forma estatisticamente significativa. O número de equipes da ESF passou de 10 para 53, nos cinco anos de estudo. Nesse período, houve queda na taxa de abandono de 11,4%, em 2009, para 6,8%, em 2013. Quanto à análise espacial, o georreferenciamento dos casos novos mostrou zonas quentes em áreas que se repetiram ao longo dos anos, especialmente nos aglomerados subnormais. Os abandonos seguem o mesmo perfil de distribuição espacial, com destaque para as comunidades da Rocinha e Vidigal.
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