'Comunicação de más notícias em saúde': tema de pesquisa em Bioética da ENSP
Atualizado em 27/12/2017

Segundo a aluna, outras questões que surgiram como desdobramento da primeira questão foram: De que novas formas essa situação pode ser abordada no campo da bioética? Qual fundamentação teórica oferece maior riqueza a esse debate? É possível oferecer respostas para algumas das limitações das abordagens atuais sobre o tema? Desta forma, o percurso metodológico adotado foi o de pesquisa teórica, por meio de revisão bibliográfica narrativa.
Mabel explicou que a ‘Ética das Virtudes’ constituiu o referencial de escolha para a discussão do tema da comunicação de más notícias na relação médico-paciente. Num segundo recorte da pesquisa, a própria Ética das Virtudes apresentou-se também como um vasto campo a ser investigado: o trabalho da filósofa neozelandesa Christine Swanton trouxe um horizonte possível para um novo rumo da discussão.
Diante do material disponível nesses estudos, a hipótese formulada pelo estudo de Mabel foi a de que a discussão da questão problema fundamentada numa nova teoria ética das virtudes traria novos elementos ao debate da comunicação de más notícias em saúde, contribuindo para o embasamento de práticas educacionais e assistenciais voltadas para a situação problema, bem como para a ampliação do campo acadêmico da bioética e da comunicação em saúde.
“O recurso a uma abordagem que traga à baila o caráter do agente moral sob uma nova perspectiva que tenta desviar tanto das limitações das éticas consequencialistas, utilitaristas e deontológicas, como também da própria ética das virtudes clássica, mostrou ser um caminho viável, e mesmo desejável, para a fundamentação da pesquisa sobre o tema das relações médico-paciente”, disse ela.
O estudo concluiu que a discussão em bases de uma nova teoria ética das virtudes não só pode contribuir para a discussão em pauta, como também ampliar o campo de estudos e apresentar novas possibilidades de contribuição para o debate bioético.
Mabel Viana Krieger é graduada em Psicologia pela Universidade Santa Úrsula (2007); pós-graduada em Psicologia Junguiana pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (2011). Atualmente, é psicóloga no Instituto Nacional de Câncer - Unidade de Cuidados Paliativos, onde exerce atividades de assistência direta ao paciente e familiares, além de atividades voltadas para educação permanente das equipes de saúde e docência e preceptoria no programa de Residência Multiprofissional em Oncologia.