Aula aberta do Neepes/ENSP debate propostas para uma ecologia de saberes

O Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/ENSP/Fiocruz), promoveu a aula aberta Ecologias de saberes: dimensões filosóficas e epistemológicas para a produção de conhecimentos, realizada no âmbito da 5ª edição Curso Internacional Saúde Coletiva em Diálogo com as Epistemologias do Sul, oferecido pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da ENSP, em parceria com o Centro de Estudos da Universidade de Coimbra (CES/UC). 

O Curso Internacional tem como objetivo central aprofundar, na perspectiva da Saúde Coletiva, as discussões em torno dos estudos pós-coloniais e da obra do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, sintetizada na proposição das Epistemologias do Sul. 

A aula aberta Ecologias de saberes: dimensões filosóficas e epistemológicas para a produção de conhecimentos contou com a participação do pesquisador e coordenador do (Neepes/ENSP/Fiocruz), Marcelo Firpo, e dos professores João Arriscado Nunes e Bruno Sena Martins, ambos do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

As Epistemologias do Sul (EdS) apresentam-se como um pensamento alternativo de alternativas para repensar bases teóricas e metodológicas de emancipação social voltada à transição paradigmática diante da crise civilizatória da modernidade eurocêntrica envolvendo três eixos sistêmicos (capitalista, colonial e patriarcal) de opressão. A proposta de uma ecologia de saberes busca avançar nos critérios de qualidade para a produção de conhecimentos que favoreçam processos dialógicos, colaborativos e não extrativistas junto às lutas de comunidades e movimentos sociais do Sul Global.

“Na interface com a saúde coletiva, destacam-se as lutas por saúde, dignidade e direitos territoriais por parte de populações vulnerabilizadas que enfrentam exclusões radicais em sua dimensão ontológica, ou seja, por suas formas de ser, conhecer e se relacionar com a natureza e a coletividade. Fazem parte as diversas lutas sociais envolvendo violências e racismos contra populações indígenas, negras e de matriz africana, camponesas, mulheres, população LGBTI+ e moradores de periferias. Portanto, o debate busca contribuir para o reinventar e descolonizar as bases conceituais e metodológicas da saúde coletiva em tempos de crise(s)”, destacou Firpo. 

Confira, abaixo, o vídeo completo da aula aberta "Ecologias de saberes".