Inscrições encerradas para Seminário de Psicanálise 2025

Devido à grande procura e ao esgotamento das vagas disponíveis, as inscrições para o Seminário de Psicanálise 'Zwangsneurose | Neurose obsessiva em Freud & Lacan' 2025 estão encerradas*. Coordenado pela pesquisadora da ENSP/Fiocruz Clarice Gatto, O curso acontecerá de 29 de janeiro a 5 de novembro de 2025, às quartas-feiras, das 12h30 às 14h, remotamente, via Zoom. A formação é voltada a profissionais da rede pública e demais profissionais que articulem o exercício de seu trabalho no campo da psicanálise.

Os interessados em participar devem se inscrever pelo e-mail claricegatto@hotmail.com, até 17 de janeiro de 2025. Não perca!

Em Inibição, sintoma e angústia (1926) Freud afirma que “a neurose obsessiva é provavelmente o mais interessante e recompensado objeto da investigação analítica...”

Desde o Rascunho K – As neuroses de defesas – Freud demarca que a etiologia da neurose obsessiva remete a uma vivência primária do encontro do sujeito inconsciente com o sexual e é acompanhada de prazer (Lust). Quer tenha sido uma vivência ativa (nos meninos), quer tenha sido uma vivência passiva (nas meninas), ela se realizou sem dor ou qualquer mescla de nojo. Quando essa vivência é relembrada mais tarde, ela dá origem ao surgimento de desprazer (Unlust) e emerge, em especial, o afeto da autocensura que é consciente. (Sendo a vergonha e a moralidade as forças recalcadoras). É como se todo o complexo psíquico – lembrança e autocensura – fosse de início consciente, assinala Freud. Depois, sem que nada de novo sobrevenha, ambas são recalcadas, e na consciência se forma, em lugar delas, um sintoma antitético – para dar origem ao sintoma primário da neurose obsessiva: a escrupulosidade. O par antitético “amor – ódio” dirigido ao pai, por exemplo. Ou, o par “não pagar” o reembolso dos óculos perdidos durante as manobras de guerra “a não ser em certas condições precisas” como no caso princeps “do homem dos Ratos” de Freud.

As referências de Lacan sobre a neurose obsessiva são muitas! Desde os preciosos comentários desse caso princeps de Freud até os diversos comentários sobre o caso do “homem dos miolos frescos” de Ernst Kris que revisitaremos. E as inúmeras vezes em que recorreu ao teatro – teatro antigo, moderno e as mais variadas comédias – para auxiliar-nos no manejo do vocabulário próprio aos conceitos da psicanálise.

Lembrando-nos, nessa perspectiva, que a cena íntima, ficcional e singular na história do analisante se desenrola na cena pública, instância da letra, razão do inconsciente desse “ele não sabia”... Daí o lugar que Freud atribuiu ao psicanalista na situação analítica: ele fica no lugar do público!

*Atualizado em 27/12/2024