Novo curso da ENSP/Fiocruz destaca conexões entre agroecologia e saúde nas cidades
Atualizado em 10/07/2025
Por Barbara Souza
A primeira edição do Curso de Agriculturas Urbanas Agroecológicas e Determinação Socioambiental da Saúde foi realizada nesta semana. Qualificação profissional em nível de atualização, a iniciativa foi fruto da cooperação entre a ENSP/Fiocruz, a Agenda de Saúde e Agroecologia da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) e o Grupo de Estudos em Agricultura Urbana (AUÊ!), da UFMG. O tema é estratégico para a Escola, que tem protagonizado outras ações ligadas à temática.
A abertura do curso, no dia 7 de julho, no Espaço Raízes do Brasil, contou com a presença do diretor da ENSP, Marco Menezes.
“Essa é uma agenda de extrema importância para a ENSP/Fiocruz. Em tempos de emergência climática, crise hídrica e injustiças ambientais, a agroecologia se coloca como um campo estratégico, unindo ciência e movimentos sociais, promovendo críticas consistentes e apontando caminhos concretos. Gostaria de agradecer à coordenação do curso, em nome da Rosely Magalhães, da ENSP, bem como a toda a equipe da VPAAPS e do AUÊ!, pela inclusão dessa pauta nas prioridades da Fiocruz. Essa iniciativa tem contribuído significativamente para o fortalecimento do nosso compromisso institucional. O curso reflete de forma exemplar essa construção coletiva, reunindo trabalhadores da Fiocruz de diferentes regiões do país e representantes dos movimentos sociais, ampliando o debate em âmbito nacional.”, afirmou o diretor da ENSP, Marco Menezes, na abertura do curso.
Sob a coordenação geral da pesquisadora da ENSP Rosely Magalhães de Oliveira e coordenação adjunta de Lorena Portela Soares, da VPAAPS/Fiocruz, o curso reuniu cerca de 30 alunos entre os dias 7 e 11 de julho. A turma foi formada por trabalhadores e estudantes da Fiocruz e de outras instituições de saúde com atuação em agroecologia e agricultura urbana, além de profissionais do SUS envolvidos em projetos de agricultura urbana. Pesquisadora do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (DENSP/ENSP), a coordenadora do curso afirmou que a criação dele remonta a “uma história antiga de disputa pela terra, que é muito visível no campo, mas também diz respeito à disputa no espaço urbano”.
Sob a coordenação geral da pesquisadora da ENSP Rosely Magalhães de Oliveira e coordenação adjunta de Lorena Portela Soares, da VPAAPS/Fiocruz, o curso reuniu cerca de 30 alunos entre os dias 7 e 11 de julho. A turma foi formada por trabalhadores e estudantes da Fiocruz e de outras instituições de saúde com atuação em agroecologia e agricultura urbana, além de profissionais do SUS envolvidos em projetos de agricultura urbana. Pesquisadora do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (DENSP/ENSP), a coordenadora do curso afirmou que a criação dele remonta a “uma história antiga de disputa pela terra, que é muito visível no campo, mas também diz respeito à disputa no espaço urbano”.
Segundo a posição defendida por Rosely, sem essa disputa pela terra na cidade, não é possível proteger a vida das pessoas mais vulnerabilizadas socialmente. “Essa é uma forma de enfrentar o racismo ambiental e as injustiças sociais que geram questões de saúde extremamente predatórias nas periferias. Para não culpabilizar os indivíduos, é necessário promover uma saúde que incentive práticas mais solidárias. Saúde é pensar a convivência solidária na diversidade da vida, e isso não pode ser separado da questão da terra. A agricultura urbana agroecológica contribui muito para esse enfrentamento.”
Visita ao Projeto Providência Agroecológica, no Morro da Providência, em 7 de julho. Foto: Sil Azevedo
“Esse curso representa a continuidade de um trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2022 na Agenda de Saúde e Agroecologia da VPAAPS e se conecta com saúde e agriculturas urbanas agroecológicas. Então, desenvolvemos um trabalho com redes protagonizadas pela sociedade civil, e a intenção é justamente qualificar a formação e as discussões sobre esse eixo entre a agroecologia, a agricultura urbana e a saúde coletiva”, detalhou a coordenadora adjunta.
Compromisso com a realização da segunda
O diretor da ENSP confirmou a realização da segunda edição do curso e destacou a importância do fortalecimento da parceria com a Articulação Nacional de Agroecologia e a Associação Brasileira de Agroecologia. "Temos uma agenda importante neste ano, com a COP30 e o Congresso Brasileiro de Agroecologia, além de buscarmos parcerias e articulações que fortaleçam a atuação dos Núcleos de Estudos em Agroecologia (NEAs). Esses núcleos, vinculados às universidades, são espaços estratégicos, e nós, como instituição de ensino e pesquisa, temos o papel de impulsionar esse campo, especialmente nas áreas da saúde e da educação."
Conexões entre as agriculturas urbanas agroecológicas e a saúde coletiva
Durante as aulas, os participantes dialogaram principalmente sobre as conexões entre as agriculturas urbanas agroecológicas e a saúde coletiva, sob a perspectiva da determinação socioambiental da saúde. Essa abordagem se alinha à compreensão dos desafios impostos aos sistemas alimentares e à saúde da população, no contexto de uma sociedade em urbanização. “O conceito de saúde está em disputa tanto na sociedade quanto no meio acadêmico. Saúde não é apenas ausência de doença; é proteção da vida, é criação de oportunidades para defendê-la. E é exatamente isso que temos buscado discutir nesse curso”, sintetizou Rosely.