'Governança Indígena nas políticas públicas e na produção do conhecimento’ será tema do próximo Ceensp
Atualizado em 15/08/2025
Por Danielle Monteiro
Nesta quinta-feira (21), às 14h, o Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos da ENSP (Ceensp) vai debater a ‘Governança Indígena nas Políticas Públicas e na Produção do Conhecimento: diálogos entre Brasil, Canadá e Nova Zelândia’. O seminário será transmitido pelo canal da Escola no Youtube, com tradução simultânea e para Libras.
Fruto da cooperação entre a ENSP e o Centro para Ação Colaborativa em Governança Indígena em Saúde da Universidade Simon Fraser (SFU/Canadá), a atividade será a terceira da série de seis webinários que serão promovidos pela parceria.
Coordenado pela pesquisadora da ENSP Ana Lucia Pontes, o encontro terá, como palestrantes, Krista Stelkia, da Universidade Simon Fraser/Canadá; Clyde Smith, do Ministério da Saúde da Nova Zelândia; e Felipe Sotto Maior Cruz, da Universidade Federal da Bahia. O comentarista será Ricardo Ventura Santos, pesquisador da ENSP.
Ana Lucia destaca que a ampliação da representatividade e a inclusão de Indígenas nas instituições de ensino e de pesquisa são fundamentais para a superação do colonialismo e racismo científico, e também para a garantia do protagonismo dessa população nas diferentes esferas das políticas públicas, necessária a sua autodeterminação.
Ela explica que, na Nova Zelândia e Canadá, já se consolidaram significativas contribuições de pesquisadores Indígenas na elaboração de novos marcos teóricos, nas metodologias e nos protocolos éticos. Segundo Ana Lucia, pesquisadores brasileiros Indígenas e não Indígenas também têm muito a contribuir com essas temáticas em nível internacional; “O Ceensp será uma potente oportunidade para esse compartilhamento”.
A pesquisadora frisa que, apesar dos recentes retrocessos, a governança Indígena das políticas de saúde na Nova Zelândia é um modelo para o mundo: “No campo da produção do conhecimento, pesquisadores como Linda Smith tem criticado a colonialidade na ciência e proposto novos marcos para a pesquisa protagonizada por Indígenas. O país também tem sido protagonista na construção de modelos de atenção culturalmente sensíveis a partir do conceito de segurança cultural”.