Sessão apresenta novas oportunidades de publicação científica sem custos para pesquisadores da Fiocruz
Atualizado em 22/10/2025
“Publicação em periódicos internacionais de Acesso Aberto com o apoio da Capes” mostra como eliminar barreiras financeiras e ampliar o alcance internacional da produção científica da Fundação.
Na sequência da Semana Internacional do Acesso Aberto 2025, a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) e o Núcleo de Ciência Aberta da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) promovem, no dia 29 de outubro, a sessão informativa “Publicação em periódicos internacionais de Acesso Aberto”, com apoio da Capes e participação de Andrea Vieira, coordenadora do Portal de Periódicos. O evento contará ainda com a presença de Marly Cruz, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, e Andrea Sobral, vice-diretora de Pesquisa e Inovação da ENSP.
A iniciativa representa um avanço para a comunidade científica da instituição ao contribuir para diminuir uma das principais barreiras à disseminação global da pesquisa brasileira: o pagamento das taxas de processamento de artigos, conhecidas como Article Processing Charges (APCs). Os chamados Acordos Transformativos, firmados entre a Capes e editoras científicas, permitem que pesquisadores da Fiocruz publiquem em acesso aberto sem arcar com os custos de publicação.
“O apoio da Capes é viabilizado pelo Programa de Apoio à Disseminação de Informação Científica e Tecnológica (Padict), que cobre integralmente os custos de APCs para autores vinculados às instituições participantes, como a Fiocruz. Para utilizar o benefício, o autor correspondente deve estar afiliado à Fiocruz no momento da submissão, utilizar e-mail institucional, possuir um ORCID válido e estar registrado na Plataforma Sucupira”, explica Andreia Vieira.
A economia gerada pelos acordos é substancial. As taxas de publicação variam entre US$ 1.500 e US$ 5.000 por artigo, dependendo da revista. Com a cobertura oferecida pela CAPES, pesquisadores que publicam dois artigos por ano podem economizar cerca de US$ 6.000 — valor que, multiplicado por centenas de autores, representa um impacto financeiro expressivo e estratégico para a ciência nacional.
Atualmente, quatro editoras integram os acordos firmados pela CAPES: Wiley, com mais de 1.200 periódicos híbridos; Royal Society Publishing (RSP), com 10 periódicos selecionados; IEEE – incluindo o IEEE Access; e American Chemical Society (ACS), que inclui todos os periódicos da ACS, com exceção de capas suplementares.
“Essas parcerias possibilitam que a produção científica da Fiocruz alcance um público global, mantendo altos padrões de qualidade editorial e ampliando a visibilidade internacional dos resultados de pesquisa”, defende a palestrante.
O encontro “Publicação em periódicos internacionais de Acesso Aberto com o apoio da Capes” terá formato “mão na massa”: Andreia Vieira vai oferecer um espaço prático para que os participantes aprendam a utilizar os acordos em benefício de suas publicações.
O workshop abordará temas como:
Como verificar se a revista e a editora estão cobertas pelo acordo;
Como confirmar se a Fiocruz é uma instituição participante;
A importância dos identificadores persistentes (como o ORCID) e sua vinculação com “Meus Dados” da CAPES;
Tipos de licenças Creative Commons (CC BY) e suas implicações.
Além disso, será apresentado um passo a passo detalhado sobre o processo de submissão: desde a verificação da elegibilidade e a escolha da revista até a submissão final e a confirmação da isenção da APC.
O evento é voltado especialmente para pesquisadores, docentes e discentes de pós-graduação, jovens cientistas e coordenadores de projetos da Fiocruz. São profissionais que poderão ampliar o impacto e a visibilidade de suas pesquisas sem comprometer recursos pessoais ou institucionais.
Acesso aberto ao conhecimento
Em sua política de acesso aberto ao conhecimento, atualizada em 2024, a Fiocruz incentiva o acesso aberto diamante (sem pagamento de taxas para assinatura ou processamento de artigos), porém reconhece que isso requer mudanças também na cultura científica.
"Temos excelentes revistas científicas que não cobram taxas, mas sabemos que temos a cultura enviar os bons artigos brasileiros para revistas internacionais em busca de visibilidade, parcerias internacionais e maiores pontuações no sistema de avaliação vigente. Essas revistas com maior fator de impacto cobram taxas" comenta Vanessa Jorge, coordenadora de Informação da VPEIC.
Ela complementa. "Destaco que há um processo de mudança em curso. A nova avaliação da Capes indica métricas no nível dos artigos e não mais das revistas. Isso pode abrir novas portas e ser um grande estímulo para o acesso aberto diamante. As áreas do conhecimento precisam rever suas métricas e valorizar iniciativas que busquem reduzir esses custos. Entendemos os acordos transformativos como um incentivo provisório nesse momento de transição para uma cultura de uma ciência mais aberta"
Mais do que um benefício financeiro, a iniciativa reflete o compromisso da Fiocruz e da CAPES com o acesso aberto. Ao ampliar o acesso à publicação internacional, fortalece-se a presença da ciência brasileira no cenário global e promove-se a democratização do conhecimento. Também é inclusivo porque qualquer pesquisador das instituições participantes podem se beneficiar deste incentivo da Capes. Não apenas os pesquisadores e grupos de pesquisas com recursos para pagamento de taxas.
Quando:
Dia 29 de outubro, das 9h às 10h30.