Aspectos construtivos das cisternas:
Caso tenha interesse no passo a passo da construção, acesse o Modelo da tecnologia social de acesso à água do P1MC.
Sobre o empoderamento dos moradores...
Como uma das intencionalidades do Programa, veja o que disseram Alexandre Henrique Pires e Naidson Baptista, coordenadores do Centro Sabiá e integrantes do ASA, em entrevistas concedidas para o livro Tecnologia social e políticas públicas:
Alexandre Henrique Pires
Fonte: Brasil de Fato.
“A partir do fórum paralelo e com a negociação do projeto demonstrativo, a ASA começou a discutir que metodologia seria utilizada para construir a cisterna para que a ação não fosse só a construção, uma coisa física apenas. Como fazer com que a cisterna chegasse na casa da família e com isso discutir o conceito de convivência com o semiárido, a gestão da água como uma ferramenta importante para a manutenção da família e da vida da família, a participação política da família nos processos de articulação e de mobilização para o programa em si, o envolvimento das mulheres e dos homens nos processos? “
Naidson Baptista
Fonte: ASA.
“Acho que aí está uma chave fundamental para interferência nas políticas, que é sistematizar as suas práticas. Por que, normalmente, o que é que a gente faz quando se relaciona com o poder público? A gente faz declarações de intenções: eu quero reforma agrária, eu quero construção de escolas... Mas eu não digo como é a escola, onde é que ela vai funcionar e eu não tenho referência teórica [...] então minha relação com o governo se torna inócua, uma relação de discurso, que o governo responde com outro discurso, que normalmente é de compromisso, mas que vai para a gaveta.”
Fonte: Tecnologia Social e Políticas Públicas, Instituto Polis, Fundação Banco do Brasil, Gapi/UNICAMP – São Paulo, 2013.
Como discutimos na seção anterior, as experiências em agroecologia, o cuidado com o território e os saberes dos povos e comunidades tradicionais são processos coletivos. A construção do conhecimento também precisa ser. Nos valemos da ideia de ecologia de saberes, já mencionada em outras seções e módulos, mas que merece ser lembrada:
A ecologia de saberes é um conceito que visa promover o diálogo entre vários saberes que podem ser considerados úteis para o avanço das lutas sociais pelos que nelas intervêm. É uma proposta nova e, como tal, exige alguns cuidados. Como é nova, o caminho faz-se ao caminhar. Não há receitas de nenhuma espécie. Quais são os principais cuidados? Em primeiro lugar, a ecologia de saberes não se realiza nos gabinetes das universidades ou nos gabinetes dos líderes dos movimentos (...) Portanto, em primeiro lugar, a ecologia de saberes é um processo coletivo de produção de conhecimentos que visa reforçar as lutas pela emancipação social (SANTOS, 2014, p. 332).
A sistematização de experiências é uma metodologia que objetiva exatamente exercitar essa ideia de ecologia de saberes. Sabemos que, nos territórios, agricultores, povos e comunidades tradicionais têm desenvolvido diferentes práticas, estratégias e tecnologias sociais. Podemos destacar dois pontos bem importantes a partir disso:
Fonte: Agroecologia em Rede ([2022)].
Crédito: Arte de Beatriz Cancian.
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) tem se dedicado a essa metodologia. O objetivo é conhecer as diversas experiências de agroecologia e ao mesmo tempo fortalecê-las por meio do processo coletivo de reflexão e ação.
Na sistematização das Redes de Agroecologia, conduzida entre 2017-2020 , a ANA buscou compreender como 28 redes, em todos os biomas brasileiros, incidem de forma positiva nos territórios, articulando recursos sociais e ecológicos, estabelecendo conexões, combinando políticas públicas e criando um ambiente de aprendizado e governança compartilhada (ARTICULAÇÃO NACIONAL DE AGROECOLOGIA, 2020b). Nesse processo foram construídas linhas do tempo de atuação das redes, identificando temas estratégicos de atuação, como mercados e acesso à terra e ao território, além de pontos fortes e frágeis.
Como parte da sistematização das redes de agroecologia, a ANA produziu Boletins de Tecnologias Sociais em Agroecologia , que foram pensados e construídos como materiais para uso nos territórios. Agroecologia e saúde figuram nessa série, especialmente por intermédio da Casa da Medicina Tradicional Xakriabá , hoje reconhecida como parte do serviço público de saúde, integrando as terapias ali desenvolvidas, como a homeopatia, a fitoterapia com uso de plantas medicinais e a radiestesia, ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Aspectos construtivos das cisternas:
Caso tenha interesse no passo a passo da construção, acesse o Modelo da tecnologia social de acesso à água do P1MC.
Sobre o empoderamento dos moradores...
Como uma das intencionalidades do Programa, veja o que disseram Alexandre Henrique Pires e Naidson Baptista, coordenadores do Centro Sabiá e integrantes do ASA, em entrevistas concedidas para o livro Tecnologia social e políticas públicas:
Alexandre Henrique Pires
Fonte: Brasil de Fato.
“A partir do fórum paralelo e com a negociação do projeto demonstrativo, a ASA começou a discutir que metodologia seria utilizada para construir a cisterna para que a ação não fosse só a construção, uma coisa física apenas. Como fazer com que a cisterna chegasse na casa da família e com isso discutir o conceito de convivência com o semiárido, a gestão da água como uma ferramenta importante para a manutenção da família e da vida da família, a participação política da família nos processos de articulação e de mobilização para o programa em si, o envolvimento das mulheres e dos homens nos processos? “
Naidson Baptista
Fonte: ASA.
“Acho que aí está uma chave fundamental para interferência nas políticas, que é sistematizar as suas práticas. Por que, normalmente, o que é que a gente faz quando se relaciona com o poder público? A gente faz declarações de intenções: eu quero reforma agrária, eu quero construção de escolas... Mas eu não digo como é a escola, onde é que ela vai funcionar e eu não tenho referência teórica [...] então minha relação com o governo se torna inócua, uma relação de discurso, que o governo responde com outro discurso, que normalmente é de compromisso, mas que vai para a gaveta.”
Fonte: Tecnologia Social e Políticas Públicas, Instituto Polis, Fundação Banco do Brasil, Gapi/UNICAMP – São Paulo, 2013.
A importância das sistematizações para o fortalecimento da agroecologia foi ganhando, ao longo do tempo, cada vez mais força. A agroecologia se faz nos territórios: conhecer o território, quem ali vive e,
então, construir caminhos coletivos – isso é o que articula e anima o movimento agroecológico.
É desse embalo que nasce a plataforma virtual do Agroecologia em Rede (AeR) , já indicado para pesquisa algumas vezes aqui no material do curso. Seu primeiro desenvolvimento foi no começo dos anos 2000. A ideia era criar um banco de dados sobre plantas nativas da região Nordeste, facilitando a localização daquilo que estava sendo feito e o intercâmbio de informações entre agricultores.
Fonte: Agroecologia em Rede ([2022]).
No vídeo Agroecologia em rede você pode descobrir um pouco mais sobre a plataforma, como é feita a gestão dos dados e informações, os princípios que orientam o trabalho e a importância de construí-lo usando tecnologias de software livre, o que garante, além de um desenvolvimento colaborativo, a soberania dos dados.
Hoje a plataforma reúne, em um mapa interativo, mais de três mil experiências sistematizadas em agroecologia no Brasil e na América Latina. São tecnologias sociais em agroecologia, políticas públicas municipais, estaduais e federais, redes de agroecologia, núcleos de agroecologia e experiências de abastecimento popular, de incidência política e de saúde.
Sugerimos que você conheça algumas experiências em saúde e agroecologia. Na seção Tecendo Redes de Experiências em Saúde e Agroecologia , do site Agroecologia em Rede, você encontra um vídeo sobre essa iniciativa, bem como consegue acessar as 170 experiências cadastradas, dentre outros materiais.
Fonte: Agroecologia em Rede ([2022)].
Crédito: Arte de Patrícia Nardini.
Ao longo desta seção discutimos uma série de experiências e tecnologias sociais em agroecologia e saúde. Agora, vamos trazer esse conhecimento para a nossa realidade local.
1. Navegue pelo site Agroecologia em Rede .
2. Utilizando os diferentes temas (agricultura urbana e periurbana; construção social de mercados; mulheres e feminismo; práticas de cuidado em saúde e medicina tradicional etc.), identifique duas experiências ou tecnologias sociais que poderiam contribuir com seu Pats.
3. Justifique sua escolha, explicitando como essas tecnologias/experiências poderiam contribuir na solução dos problemas/desafios locais enfrentados. Lembre-se de que as experiências não podem ser simplesmente replicadas, requerem adaptações em cada um dos contextos. Lembre-se também de trazer elementos também sobre este ponto.
Esta atividade irá subsidiar os itens 2 (seleção de uma tecnologia social), 3 (estratégia de implementação), 4 (viabilidade) e 5 (recursos necessários) do seu Pats.
Lembre-se de seguir as orientações para execução e envio das atividades apresentadas no início do curso.
Agora, acesse o AVA para enviar sua atividade.