Ecologias, Epistemologias, Promoção Emancipatória da Saúde e Justiça Ambiental (ENSP.04.709.1)

DETALHES

Disciplina de natureza Teórica de nível Doutorado, com carga horária de 90 horas e 3 créditos.

Número de vagas:
15
Período:
16/07/2018 a 20/07/2018
Pré-requisitos:
Sem pré-requisito.
Área(s) de Concentração:
Determinação dos Processos Saúde-Doença: Produção/Trabalho, Território e Direitos Humanos

HORÁRIO

Dia Início Fim
Todos os dias 08:00 17:00

PROFESSORES

Nome
Marcelo Firpo de Souza Porto
Marize Bastos da Cunha
Maurício Monken

EMENTA

A disciplina tem por objetivo central analisar questões de saúde, ecologia, cidadania e movimentos sociais em territórios com populações vulnerabilizadas nas cidades, bem como dos campos, florestas e águas. Os principais referenciais provêm das contribuições teóricas e metodológicas da ecologia política e das abordagens pós-coloniais, em especial a obra de Boaventura de Sousa Santos. Dentre os conceitos abordados destacamos (a) promoção emancipatória da saúde; (b) território; (c) metabolismo social e desenvolvimento; (d) movimentos por justiça ambiental; (e) epistemologias do Sul e metodologias colaborativas não-extrativistas. Serão utilizados casos de conflitos, lutas e movimentos sociais envolvendo favelas do Rio de Janeiro, assim como os territórios e movimentos sociais do campo, das florestas e águas, incluindo movimentos indígenas, quilombolas, camponeses e outros que atuam da defesa da saúde e de seus territórios contra os impactos do agronegócio, da mineração, da construção de hidrelétricas, da especulação imobiliária, entre outros setores. As contribuições da agroecologia, dos movimentos indígenas e das lutas por direitos nas favelas serão utilizados como exemplos de alternativas emergentes de promoção emancipatória da saúde.

Categoria: Disciplina eletiva de inverno

Professores convidados: Diogo Rocha, Marina Tarnowski Fasanello

Pré-requisito: Carta de intenção do candidato

Número mínimo de alunos: 05

Candidatos externos: Serão aceitos alunos dos programas stricto sensu da ENSP; alunos de outros programas stricto sensu da FIOCRUZ; alunos de programas de pós-graduação stricto sensu.

BIBLIOGRAFIA

Fasanello, M. T.; Araujo, I. S.; Porto, M. F. S. Produção audiovisual nas lutas dos movimentos sociais do campo no Brasil: dimensões comunicacional e epistemologica. Commons. Revista de Comunicación y Ciudadanía Digital, v. 5, p. 118-147, 2016.

Martinez-Alier J et al. Between activism and science: grassroots concepts for sustainability coined by Environmental Justice Organizations. Journal of Political Ecology 21: 19-60, 2014.

Monken, Maurício; Barcellos, Christovam. Vigilância em saúde e território utilizado: possibilidades teóricas e metodológicas. Cad. Saúde Pública [online]. 2005, 21(3):898-906.

Porto, Marcelo Firpo; FERREIRA, D. ; Finamore, Renan . Health as dignity: political ecology, epistemology and challenges to environmental justice movements.. Journal of Political Ecology, v. 24, p. 110-124, 2017.

Santos, Milton. O retorno do territorio. En: OSAL: Observatorio Social de América Latina. Año 6 no. 16 (jun.2005- ). Buenos Aires : CLACSO, 2005.

Santos, BS. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, B. D. S., MENESES, M. P. G., (Orgs.) Epistemologias do Sul. Coimbra; Almedina e CES/UC. 2014, p. 23-71.

Bibliografia complementar:
Acselrad, Henri. Conflitos ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2004.

Breilh, Jaime- "Una Perspectiva Emancipadora de la Investigación y Acción, Basada en la Determinación Social de la Salud". In: TALLER LATINOAMERICANO DE DETERMINANTES SOCIALES DE LA SALUD. (disponível em: http://www.alames.org/documentos/ponencias.pdf)

Campos, G. W . Saúde Pública e Saúde Coletiva: campo e núcleo de saberes e práticas. Ciência & Saúde Coletiva, 5(2), 219-230.

Castellanos, P..L.,1990- Sobre el concepto de salud-enfermedad: Descripción y explicación de la situación de salud. OPS Boletín Epidemiológico;10(4):1-7.

CEBES . Rediscutindo a Questão da Determinação Social da Saúde. Termo de Referência para Seminário do CEBES, 2013.

CNDSS. As causas sociais das iniqüidades em saúde no Brasil. Relatório Final da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde. Brasília, 2008.

Dossiê ABRASCO: Carneiro, F.F. et al. Um Alerta Sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde. Rio de Janeiro: Expressão Popular & EPSJV/FIOCRUZ, 2015. Disponível para download em: http://aspta.org.br/wp-content/uploads/2015/05/DossieAbrasco_2015_web.pdf

Foladori, Guillermo. "O metabolismo com a natureza." (2001). Disponível em: www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/05folad.pdf

Foster JB (2012). A ecologia da economia política marxista. Lutas Sociais, São Paulo, 28 (1): 87-104.

Funtowicz, S., & Ravetz, J. (1997). Ciência pós-normal e comunidades ampliadas de pares face aos desafios ambientais. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 4(2), 219-230.

Gondim, Grácia Maria de Miranda, et al. "O território da saúde: a organização do sistema de saúde e a territorialização." Miranda AC, Barcellos C, Moreira J, Monken M, organizadores. Território, Ambiente e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz (2008): 237-255.

Martinez Alier, Juan. "O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração." O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. Contexto, 2009.

Monken, Maurício, et al. "O território na saúde: construindo referências para análises em saúde e ambiente." Miranda AC, Barcellos C, Moreira JC, Monken M, organizadores. Território, Ambiente e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz (2008): 23-41.

Paim, J. S., & Almeida Filho, N. D. (1998). Saúde coletiva: uma" nova saúde pública" ou campo aberto a novos paradigmas. Rev saúde pública, 32(4), 299-316.

Porto, M. F.S.., Rocha, D. F., & Finamore, R. (2014). Saúde coletiva, território e conflitos ambientais: bases para um enfoque socioambiental crítico. Ciência & Saúde Coletiva, 19(10):4071-4080, 2014.

Porto, Marcelo Firpo de S. - Complexidade, processos de vulnerabilização e justiça ambiental: um ensaio de epistemologia política. Revista Crítica de Ciências Sociais. Disponível em http://rccs.revues.org/133http://rccs.revues.org/133.

Porto, MF; Finamore, R.; Rocha, D. Saúde como dignidade. Relatório projeto EJOLT. 2015. Trecho sobre mineração de urânio em Caetité.

Porto, MF; Pacheco, T; Leroy, J-P. Injustiça ambiental e saúde no Brasil: o mapa de conflitos. Editora Fiocruz, 2013. Apresentação 13-33.

Porto MF, Martinez-Alier J. Ecologia política, economia ecológica e saúde coletiva: interfaces para a sustentabilidade do desenvolvimento e para a promoção da saúde. Cad. Saúde Pública 2007, 23(suppl.4): S503-S512.

Porto MFS, Pivetta F, Guimarães G, Zancan L, Nascimento C, Sousa FM, et al. (2012). Produção compartilhada de conhecimento e cidadania: a experiência da comunidade ampliada de pesquisa-ação do Laboratório Territorial de Manguinhos, RJ. In: Toledo RF, Jacobi PR, organizadores. A pesquisa-ação na interface da saúde, educação e ambiente: princípios, desafios e experiências interdisciplinares. São Paulo: Annablume. p. 193-229.

Porto, M. F. S.(2007). Uma ecologia política dos riscos: princípios para integrarmos o local e o global na promoção da saúde e da justiça ambiental. Rio de Janeiro:Editora FIOCRUZ.

Porto, M. F., & Finamore, R. (2012). Riscos, saúde e justiça ambiental: o protagonismo das populações atingidas na produção de conhecimento. Ciência & Saúde Coletiva, 17(6), 1493-1501.

Porto, M. F., & Milanez, B. (2009). Eixos de desenvolvimento econômico e geração de conflitos socioambientais no Brasil: desafios para a sustentabilidade e a justiça ambiental. Ciência & Saúde Coletiva, 14(6), 1983-1994.

Porto, M.F.; Pacheco, T.; Leroy, J.P. Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil: o Mapa de Conflitos. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz. 2013.

Porto MFS. A tragédia da mineração e a experiência da caravana territorial da bacia do rio Doce: encontro de saberes e práticas para a transformação. Ciência e Cultura, v. 68, p. 46-50, 2016.

Porto, MF, Cunha M, Pivetta F, Zancan L, Freitas J. Comunidades ampliadas de pesquisa ação como dispositivos para uma promoção emancipatória da saúde: bases conceituais e metodológicas. Ciência & Saúde Coletiva (Online), v. 21, p. 1747-1756, 2016.

Porto-Gonçalves, C. W. (2009). De Saberes y de Territorios: diversidad y emancipación a partir de la experiencia latino-americana. Polis (Santiago), 8(22), 121-136.

Rocha DF; Porto MF; Pacheco T. A luta dos povos indígenas por saúde em contextos de conflitos ambientais no Brasil (1999-2014). Ciência e Saúde Coletiva. Fonte: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/a-luta-dos-povos-indigenas-por-saude-em-contextos-de-conflitos-ambientais-no-brasil-19992014/16141?id=16141

Santos, B. D. S. (2006). A gramática do tempo. Para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 324.

Santos, B. D. S. (2007). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos estudos-CEBRAP, (79), 71-94.

Santos, B. D. S., Meneses, M. P. G., & Nunes, J. A. (2004). Introdução: para ampliar o cânone da ciência: a diversidade epistemológica do mundo. Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais, 2004. Parte 1- Ciência, colonialismo e colonialidade: a produção de (des)conhecimento(s)

Sites de interesse:
Mapa de Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil. www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br

Mapa dos Conflitos Ambientais | Gesta - UFMG: http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/observatorio-de-conflitos-ambientais/mapa-dos-conflitos-ambientais/

Environmental Justice Atlas: https://ejatlas.org/

Intermapas www.fbes.org.br/intermapas/

Laboratório Territorial de Manguinhos: Mapa de Manguinhos www.conhecendomanguinhos.fiocruz.br/

LTM Territoriosemmovimento - YouTube https://www.youtube.com/channel/UCQZdcT-y3b2POYkARRQ1DWg