PROFESSORES

EMENTA

Os cursos habitualmente oferecidos pelo Programa de Epidemiologia em Saúde Pública na disciplina específica de epidemiologia (Epi I e Epi II) estão, tradicionalmente, ancorados, como de resto o ensino de epidemiologia em todo o mundo, assim como a imensa maioria dos livros textos (ver exceções na lista de referências [1]) nos pressupostos básicos da epidemiologia dos fatores de risco, que se consolida de maneira extremamente sólida a partir do Pós-guerra [2], com um refinamento progressivo, alavancado pelo progresso dos métodos estatísticos e dos métodos e ferramentais computacionais contemporâneos. Cabe observar que inúmeros dos conceitos da epidemiologia clássica dos fatores de risco (por exemplo, o pressuposto, básico, mas não realista da independência das observações sob análise) não se aplicam à epidemiologia das doenças transmissíveis, caso consideramos suas dimensões, que, conceitualmente, são inextricavelmente interligadas, ou seja, as questões ao nível individual E a dimensão propriamente populacional da relação entre covariáveis e desfecho. Obviamente, a epidemiologia é o estudo dos agravos na sua dimensão populacional, mas é perfeitamente possível, e habitual, abstrair as interações interindividuais na imensa maioria dos estudos epidemiológicos clássicos de doenças não transmissíveis. Novos aportes, como o estudo das redes de transmissão de hábitos, atitudes e comportamentos, como nos estudos capitaneados pela escola de Harvard e o grupo de Barabási [3] apenas muito recentemente vêm sendo veiculados no formato de livro texto. Mas esses aportes estão longe de serem moeda corrente nos cursos de epidemiologia, seja no Brasil, seja em todo o mundo, gerando a necessidade de implementar cursos específicos acerca da epidemiologia das doenças transmissíveis, o que compreende: o ensino de conceitos, a discussão acerca de achados empíricos recentes e, finalmente, os aportes dos métodos e ferramentas da matemática e da computação científica. Por essa razão, propõe-se que, a partir de 2018, sejam plenamente integrados os cursos anteriormente a cargo de FI Bastos e C Codeço/P Luz, sob a forma de um continuum entre discussão de conceitos, métodos, achados empíricos e incorporação dos métodos a exercícios práticos, com base na utilização de bibliotecas do software livre R. Serão enfatizados, por um lado, tópicos atuais, como vem sendo feito por FIB (por exemplo, zika e, mais recentemente, febre amarela), e, por outro, temas que os alunos trouxerem a partir de seus trabalhos de teses e/ou exercícios que se mostrarem de execução relativamente fácil por alunos não familiarizados com métodos avançados em modelagem matemática e computação. Em suma, o curso será baseado em tópicos emergente, que despertem a atenção dos alunos, levando em consideração a praticidade das abordagens que os alunos são capazes de desenvolver em diálogo com os responsáveis pelo curso.

Categoria: Eletiva

Número mínimo de alunos: 05

Candidatos externos: serão aceitos alunos dos programas stricto sensu da ENSP; alunos de outros programas stricto sensu da Fiocruz; alunos de outros programas stricto sensu; graduados. Aulas teóricas: Sala 403 e Aulas Práticas sala 2 (2º andar)