Bases Conceituais da Violência (ENSP.02.849.1)

DETALHES

Disciplina de natureza Teórica de nível Mestrado, com carga horária de 90 horas e 3 créditos.

Número de vagas:
35
Período:
01/12/2020 a 16/03/2021
Pré-requisitos:
Sem pré-requisito.
Área(s) de Concentração:
Violência e Saúde

HORÁRIO

Dia Início Fim
Terça-feira 9h 11h
Terça-feira 09:00 11:00

PROFESSORES

Nome
Ana Elisa Bastos Figueiredo
Edinilsa Ramos de Souza
Fatima Regina Cecchetto
Fernanda Serpeloni Henning
Kathie Njaine
Maria Cecília de Souza Minayo
Miriam Schenker
Patricia Constantino
Silvia Ramos de Souza
Simone Gonçalves de Assis
Suely Ferreira Deslandes

EMENTA

O programa do curso está organizado da seguinte forma se apresentam-se: 1) a polissemia da violência; 2) os pontos de vista sócio-históricos e antropológicos: Bourdieu e a violência simbólica; as diferentes dimensões da violência segundo Domenach; Wieviorka e o novo paradigma da violência; a violência e o processo civilizatório, segundo Norbert Elias; a visão de violência em Hannah Arendt; Vigiar e punir na ótica de Foucault; Tiranias da intimidade, em Sennett; 3) a epidemiologia da violência: os sistemas de informação sobre a violência e a incidência e prevalência da violência; 4) a violência e o território urbano; 5) a violência na perspectiva da neurociência; 6) o modelo ecológico da violência. O programa será distribuído em atividades síncronas (plataforma Zoom) e assíncronas (Comunidade Virtual Moodle). A carga horária será assim distribuída ? 20 horas síncronas ? 10 encontros de 2 horas- e 25 horas assíncronas com o desenvolvimento de atividades na plataforma: leitura de material de referência; estudo dirigido e participação em fórum com professor convidado ? serão 5 temas abordados na plataforma com uma carga horária de 5 horas cada, totalizando 20 horas.

Categoria: Obrigatória para o curso de mestrado da área de concentração Sociedade, Violência e Saúde - alunos do 2º semestre de curso.

Informação sobre as aulas: Serão em formato remoto, pelo aplicativo Zoom e Plataforma Moodle.

Pré-requisito: Não há.

Número mínimo de alunos :05

Candidatos externos: Serão aceitos alunos dos programas stricto sensu da ENSP; alunos dos programas stricto sensu da FIOCRUZ; alunos de outros programas stricto sensu.

BIBLIOGRAFIA

ARENDT, H. Capítulo 2. In: Sobre a Violência. Rio de Janeiro: Relume Dumará, pp.31-44, 1994.

BOURDIEU, P.Os usos sociais da ciência. SP: Editora Unesp-Inra, 2002. pp.17-71.

BRASIL. Impacto da violência na saúde dos brasileiros. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

DAHLBERG, L.L. & KRUG, E.G. Violência: um problema global de saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, 11 (Sup): 1163-1178, 2007.

DOMENACH, J. M. La violencia. In: UNESCO (Org.). La Violencia y Sus Causas. Paris, 1981.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Volume 1: Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1994 (pp.65-202) .

FREUD, S. (1932) Por que a guerra? (Carta de Einstein. Carta de Freud). In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (ESB). Reio de Janeiro: Editora Imago, 1976. Vol.22, p.241 a 259.

FREUD, S. O mal-estar na civilização (Obras Completas - Imago) - Vol. 21 (1927-1931) .

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. O nascimento da prisão. 20a edição . Editora Vozes, 1999. http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/121335/mod_resource/content/1/Foucault_Vigiar%20e%20punir%20I%20e%20II.pdf. Acesso em 10 de março de 2015.

GAUER, G.C. Personalidade e conduta violenta. Civitas - Revista de Ciências Sociais Ano 1, nº 2, dez. 2001.

LIMA, M.L.C.; XIMENES, R.A.A ; FEITOSA, C.L.; SOUZA, E.R.; ALBUQUERQUE, M.F.P.M.; BARROS, M.D.A. ; SOUZA, W.V.; LAPA, T.M. Conglomerados de violência em Pernambuco, Brasil. Rev Pan de Salud Pública / Pan Am Journal of Public Health , v. 18, n. 2, p. 122-128, 2005.

MINAYO, M.C.S.; CAVALCANTE, F.G.; SOUZA, E.R. Methodological proposal for studying suicide as a complex phenomenon. Cad de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 8, p. 1587-1596, 2006.

MINAYO, M.C.S. A violência social sob a perspectiva da saúde pública. Cad. Saúde Pública, v. 10, p. 07-18, 1994. Supl. 1.

MINAYO, M.C.S. Inequality, violence and ecology in Brazil. Caderno de Saúde Pública, v. 10 , n. 2, p. 241-250, 1994.

MINAYO, M.C.S.; ASSIS, S.G.; DESLANDES, S. F.; SOUZA, E.R. Possibilidades e dificuldades nas relações entre ciências sociais e epidemiologia. Ciência Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 97-108, 2003.

MINAYO, M. C. de S.; SOUZA, E. R. Violência para todos. Caderno de Saúde Pública, v. 9, n. 1, p. 65-78, 1993.

MINAYO, M. C. S. & SOUZA, E. R. É possível prevenir a violência? Reflexões a partir do campo da saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, 4 (1): 7-32, 1999.

NJAINE, K. & SOUZA, E. R. Informação e comunicação sobre violência: instrumentos para a cidadania. In: Minayo, MCS e Souza, ER (org) Violência sob o olhar da saúde: a infrapolítica da contemporaneidade brasileira. Editora Fiocruz, 2003.

NJAINE, K. e REIS, A. C. Qualidade da informação sobre acidentes e violências. In: MS/SVS. Impacto da violência na saúde dos brasileiros. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

NUNES, P. Crime e polícia no #Rio de Janeiro: relatos em páginas do facebook. Boletim Segurança e Cidadania, n.24, outubro de 2017. Acesso em http://www.ucamcesec.com.br/boletim/crime-e-policia-no-riodejaneiro-relatos-em-paginas-do-facebook/

OMS - Organização Mundial de La Salud. Informe mundial sobre La violencia y La salud. Washington, D. C., 2003.

REINCHENHEIM, M. E. ; MORAES, C. L. ; SZKLO, A. ; HASSELMANN, M. H. ; SOUZA, E. R. ; LOZANA, J. de A. ; FIGUEIREDO, V. . The magnitude of intimate partner violence in Brazil: portraits from 15 capital cities and the federal district. Cad de Saúde Pública (FIOCRUZ) , Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, p. 425-437, 2006.

RAMOS, S. Violência e polícia: três décadas de políticas de segurança no rio de Janeiro. Boletim Segurança e Cidadania, n.21, março de 2016. Acesso em http://www.ucamcesec.com.br/boletim/violencia-e-policia-tres-decadas-de-politicas-de-seguranca-no-rio-de-janeiro/

ROMANO, J.O. As mediações na produção das práticas. O conceito de habitus na obra de Pierre Bourdieu. pp.43-84. In: Família e valores. São Paulo: Editora Loyola, 1987.

SENNETT, R. O Declínio do Homem Público. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

SILVA, E.P. Corpo e violência em Michel Foucault: Vigiar e punir. Sistema penal e violência. Porto Alegre, v. 3, n. 2, p.112-118, 2011.

SIMMEL, G. A natureza sociológica do conflito. In: Moraes Filho, E. (org.) Simmel. Sociologia, Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1983, pp.12-134.

SOREL, G. Reflexões sobre a violência. São Paulo: Martins Fontes, 1992 (Coleção tópicos).

SOUZA, E. R.; LIMA, M. L. C. The panorama of urban violence in Brazil and its capitals. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 363-373, 2006.

SOUZA, E. R. ; LIMA, M. L. C. de. Indicadores epidemiológicos de morbimortalidade por acidentes e violências. In: Njaine, K, Assis, SG, Constantino, P. (org). Impactos da violência na saúde. Riode Janeiro: Fiocruz, 2ª edição, pp. 105-124, 2009.

WIEVIORKA, M. O novo paradigma da violência. Tempo Social, São Paulo, 9 (1), 1997.

WIEVIORKA, M. Violência hoje. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2006, vol.11, suppl., pp. 1147-1153.